Derrotado em sua missão de tentar criar uma ruptura entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos e livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, da prisão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro jogou a toalha e, agora, diz que enxerga com "otimismo" a aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Na noite desta terça-feira (2), Eduardo, que desde o início do ano vive nos EUA para articular retaliações do governo norte-americano ao brasileiro, foi às redes sociais para "celebrar" a nova conversa por telefone entre Lula e Trump ocorrida mais cedo, no mesmo dia.
"Recebemos com otimismo a notícia da conversa entre o Presidente Donald Trump e Lula. Um diálogo franco entre os dois países pode abrir caminhos importantes, desde que guiado por princípios claros. Sanções nunca são um fim em si mesmas; são instrumentos legítimos para corrigir violações graves quando outras vias foram bloqueadas", escreveu o deputado ao compartilhar uma postagem de Trump elogiando Lula.
"Confiamos na liderança do Presidente Trump para negociar com o Brasil um entendimento que proteja os interesses estratégicos dos Estados Unidos no hemisfério e, ao mesmo tempo, reconheça a urgência da restauração das liberdades civis e do Estado de Direito para o povo brasileiro. Qualquer avanço real nas relações bilaterais exige enfrentar, com honestidade, a atual crise institucional do Brasil e reafirmar a liberdade como fundamento essencial entre nações democráticas", prosseguiu.
A fala de Eduardo escancara um "cavalo de pau" completo em seu discurso. Até recentemente, o deputado garantia que Lula jamais teria um canal direto com Trump e que qualquer alívio de sanções ou tarifas dependeria da não prisão de Jair Bolsonaro. Agora, porém, diante da aproximação explícita entre os dois presidentes, do recuo de Trump em tarifas e da troca pública de afagos, Eduardo tenta se colocar como apoiador de um movimento do qual não participa e sobre o qual não exerce qualquer influência. É uma manobra evidente para preservar, diante de sua base mais radicalizada, a impressão de que ainda detém algum protagonismo numa pauta que já lhe escorreu pelas mãos.
O "cavalo de pau", entretanto, não funcionou. A publicação de Eduardo, rapidamente, virou piada nas redes sociais.
"Kkkkk. 'Ele não vai encontrar com Lula' = encontrou. 'Ele vai humilhar Lula publicamente' = elogiou. 'Ele não vai retirar as tarifas' = retirou. Nada do que vcs prometem se concretiza, meu camisa 10", escreveu, por exemplo, um internauta, em meio a centenas de comentários do tipo.
Como foi a conversa entre Lula e Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falaram por telefone nesta terça-feira (2) em uma chamada que durou 40 minutos. Segundo informações oficiais dos dois governos, foi uma conversa muito produtiva, com temas da agenda comercial, econômica e de combate ao crime organizado.
"Lula indicou ter sido muito positiva a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% imposta a alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas. Destacou que ainda há outros produtos tarifados que precisam ser discutidos entre os dois países e que o Brasil deseja avançar rápido nessas negociações", diz a nota oficial do Itamaraty.
O combate ao crime organizado também esteve na agenda do diálogo. "Ressaltei a urgência em reforçar a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional. Destaquei as recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado e que identificaram ramificações que operam a partir do exterior. O presidente Trump ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas", disse Lula em postagem nas redes sociais.
Ambos concordaram em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.
'Gosto dele'
Em conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump foi questionado sobre a reunião com o presidente brasileiro e classificou a conversa como “muito boa”.
“Falamos sobre sanções porque, como você sabe, impus sanções relacionadas a certas coisas que aconteceram. Mas tivemos uma conversa muito boa”, apontou o republicano. “Eu gosto dele. Muito bom. Já tivemos algumas boas reuniões, como você sabe. E hoje tivemos uma conversa realmente muito boa”.
Assessoria/Caminho Político
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