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sábado, 13 de dezembro de 2025

Motta convoca líderes após operação da PF na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou líderes partidários para uma reunião nesta sexta-feira (12), em Brasília, horas depois de uma operação da Polícia Federal atingir uma ex-assessora ligada à gestão do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL). O encontro foi articulado em meio à reação de parlamentares à ação policial e ao debate sobre possíveis medidas institucionais do Legislativo.
Segundo interlocutores próximos a Motta ouvidos pelo jornal O Globo, a reunião tem como objetivo discutir eventuais iniciativas políticas da Câmara diante da operação, considerada por parte da cúpula do Parlamento como um episódio que exige uma resposta institucional.
Reunião emergencial e reação política
A avaliação é de que o Legislativo precisa se posicionar em defesa da Câmara após a Polícia Federal realizar buscas e apreensões, inclusive em uma sala localizada nas dependências da Casa. Um dos parlamentares afirmou que o momento exige uma reação institucional para preservar as prerrogativas do Congresso.
A operação da PF investiga suspeitas de desvios de emendas parlamentares e apura possíveis crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção. O principal alvo foi Mariângela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira e atualmente lotada na liderança do PP. Lira não é investigado.
Operação da PF e críticas no Congresso
Conhecida entre deputados como Tuca, Mariângela é apontada por parlamentares como responsável por operacionalizar a distribuição e a liberação de recursos durante o período em que Lira presidiu a Câmara. Com perfil técnico, ela recebia deputados de diferentes partidos em sua sala, segundo relatos de integrantes da Casa.
A ofensiva da Polícia Federal gerou forte reação de dirigentes do Legislativo. Parlamentares classificaram a operação como exagerada e afirmaram enxergar uma tentativa do Supremo Tribunal Federal (STF) de fragilizar o Congresso. Há também deputados que dizem ver influência do Palácio do Planalto em ações que atingem o Parlamento, avaliando que o clima de tensão pode dificultar a tramitação de matérias consideradas prioritárias para o governo ainda neste ano.
Defesa técnica da ex-assessora
A defesa de Mariângela Fialek negou qualquer irregularidade e afirmou que sua atuação sempre teve caráter técnico e apartidário.“Era responsável tecnicamente pela organização das emendas parlamentares, nos exatos termos do que decidido pela Presidência da Casa e por todos os líderes partidários indistintamente (Colégio de Líderes). Sua atuação era estritamente técnica, apartidária e impessoal, nos exatos termos do que dispõe a LC 210/2024, editada em cumprimento às decisões do Supremo Tribunal Federal”, afirmam os advogados Luís Inácio Lucena Adams e Maria Claudia Bucchianeri.
Os defensores acrescentaram que todo o material de trabalho da ex-assessora é público. “Todas as informações dali constantes, sobre indicações de emendas, são encaminhadas à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, onde podem também ser encontradas, além de serem publicadas no Portal da Transparência, tal como determinou o Supremo Tribunal Federal”, diz um trecho da nota.
Novo foco de tensão com o Supremo
A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, e ocorre em um momento de atritos entre o Judiciário e o Legislativo. Aliados de Hugo Motta defendem, inclusive, a participação do Senado nas conversas, com o objetivo de construir uma resposta conjunta do Congresso Nacional.
O ambiente de pressão institucional se intensificou após decisão recente do ministro Alexandre de Moraes, que anulou a deliberação da Câmara que havia mantido o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália. Moraes decretou a perda imediata do mandato e determinou que Motta efetive a posse do suplente em até 48 horas, conforme o Regimento Interno.
Segundo interlocutores do presidente da Câmara, a tendência é que Motta trate do caso apenas na próxima segunda-feira, enquanto busca consolidar apoio político e preservar sua autoridade em meio a um cenário de crescente embate entre os Poderes.
Assessoria/Caminho Político
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