O empresário Joesley Batista voltou a ser destaque no noticiário brasileiro nesta quinta-feira, 4, após viajar para a Venezuela para se encontrar com o ditador do país, Nicolás Maduro, e pedir que ele renuncie em meio à mobilização militar dos Estados Unidos no mar do Caribe. Em 2025, Joesley já havia se encontrado com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca. O empresário de 52 anos, nascido em Formosa (GO), é um dos homens mais ricos do Brasil e aparece na lista da revista Forbes como bilionário, com fortuna estimada em R$ 25,5 bilhões. Ao lado do irmão, Wesley, ele comanda a J&F, holding com investimento em várias empresas, principalmente na JBS, uma das gigantes mundiais do setor de carne e proteína animal.
Joesley e Wesley são filhos de José Batista Sobrinho, que criou a empresa em 1953. Na década de 2000, os dois herdeiros foram nomes importantes na internacionalização da JBS. Hoje, a companhia é dona de marcas como Swift, Seara e Friboi, além de ser a maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos e a maior exportadora de proteína animal do planeta.
Além da JBS, a J&F controla o PicPay e o Banco Original (setor financeiro), a Âmbar Energia, o Canal Rural (comunicação), a Eldorado (papel e celulose), a Flora (produtos de limpeza e cosméticos) e a LHG (mineração).
Conexões políticas
Maduro não foi o primeiro presidente com quem Joesley lidou: anteriormente neste ano, o bilionário brasileiro conversou com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em setembro, e já teve contato com diversos presidentes brasileiros. Um caso, no entanto, teve maior repercussão, durante o governo Temer.
Em 7 de março de 2017, Joesley visitou Michel Temer no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, embora Dilma Rousseff já tivesse sofrido impeachment. Com um equipamento escondido, Joesley gravou o áudio da conversa com Temer. Segundo ele, o objetivo era comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, impedindo-o de fazer uma delação premiada. A conversa vazou na imprensa dois meses depois.
Joesley era investigado nos desdobramentos da Operação Lava Jato, suspeito de ter pago propina a Cunha quando ele ainda era deputado. Ao fazer a gravação, a intenção do empresário seria realizar ele próprio uma delação premiada.
Joesley também delatou o candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio Neves (PSDB), com uma gravação do então senador solicitando R$ 2 milhões, sendo que posteriormente o dinheiro teria sido entregue em quatro parcelas de R$ 500 mil por Ricardo Saud, então Diretor de Relações Institucionais da JBS, a um primo de Aécio.
Em um acordo de leniência, o grupo JBS denunciou ter repassado, de forma ilícita, quase R$ 600 milhões a campanhas eleitorais de 1.829 candidatos e 28 partidos. Na delação de Joesley, ele afirmou ter pago US$ 80 milhões de dólares a Lula e Dilma Rousseff em contas no exterior, mas este trecho foi anulado por falta de provas, já que a conta indicada tinha o próprio Joesley como titular.
Prisões
A delação premiada foi fechada com um acordo para dar imunidade a Joesley. No entanto, mais material em áudio foi divulgado em setembro de 2017, no qual o empresário e Saud conversam sobre a delação, o que levantou suspeitas de que os dois teriam omitido alguns crimes.
Joesley foi preso preventivamente por seis meses, sendo liberado em março de 2018. Em novembro de 2018, ele voltou a ser preso por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015, mas foi solto três dias depois.
A J&F deveria pagar uma multa de R$ 10 bilhões prevista no acordo de leniência, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli suspendeu o pagamento em 2023 e, nesta quinta-feira, 4, o juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 10ª vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou que o valor seja recalculado, por entender que houve vício de consentimento por coação e para corrigir uma “onerosidade excessiva”.
Após voltar à liberdade, Joesley voltou ao comando das empresas, que, mesmo após os escândalos, seguiram crescendo.
Assessoria/Caminho Político
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