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terça-feira, 17 de abril de 2012

"Ação contra quilombolas é "reação conservadora"

Em audiência no Senado, debatedores criticaram DEM (antigo PFL) por levar ao Supremo Tribunal Federal ação que questiona reconhecimento de terras ocupadas por descendentes de escravos.
A Ação Direta de inconstitucionalidade (ADI) contra o Decreto 4.887/03, que trata do reconhecimento das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas, foi debatida ontem em audiência pública na ­Comissão de Direitos Humanos e ­Legislação Participativa (CDH).

Nessas comunidades rurais, vivem descendentes de escravos negros.

Para os expositores na CDH, a ADI é o resultado de uma "reação conservadora" contra direito constitucional conquistado pelo movimento negro durante a elaboração da Constituição de 1988.

Nessa ação, o Partido da Frente Liberal (PFL), hoje Democratas (DEM), contesta no Supremo Tribunal Federal (STF) o decreto de 2003. Segundo o partido, o decreto invade esfera reservada à lei e disciplina procedimentos que resultam em aumento de despesa para os cofres públicos.

O relator da matéria é o ministro Cezar Peluso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal. O julgamento está previsto para amanhã.

— Essa reação ao Decreto 4.887/03 é, na verdade, um desrespeito à própria Constituição brasileira, na medida em que o ato apenas estabelece norma para que se aplique o dispositivo constitucional — argumentou Silvany Euclênio Silva, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social.

Silvany, que representou a ministra da pasta, Luiza Bairros, disse que interesses privados e, em parte, também relacionados a empreendimentos do próprio governo, se opõem aos direitos das comunidades quilombolas. Ela destacou que, além da ADI, foi recentemente aprovada na Câmara dos Deputados ­proposta de emenda constitucional que dificulta demarcações de terras de comunidades tradicionais (PEC 215/00).

O presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, salientou que a discussão aberta pela ADI em exame no STF já se encontraria superada. Conforme assinalou, o Decreto 4.887/03 foi recepcionado pelo Estatuto da Igualdade Racial, norma que aborda o tema das terras das comunidades quilombolas, funcionando como legislação regulamentadora.

Fernando Prioste, coordenador executivo da ONG Terra de Direitos, afirmou que o DEM tenta reverter uma perda que o partido teve com a ­Constituição de 1988. 

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