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quarta-feira, 11 de abril de 2012

"Debatedores pedem lei específica para garantir proteção do Cerrado"

Metade da área original já foi modificada pela ação humana, principalmente nos últimos 50 anos, segundo analistas ouvidos na CMA.
Especialistas ouvidos em debate ontem, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), defenderam a criação de uma legislação específica para a utilização racional do Cerrado. Eles enfatizaram que é preciso proteger solos e recursos hídricos para garantir o avanço da agropecuária, mas também definir normas de proteção às áreas cobertas por vegetação nativa.

Segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Amazônia, o Cerrado compreende cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados em dez estados e no Distrito Federal. Estima-se que metade da área original já tenha sido modificada pela ação humana, processo ocorrido principalmente nos últimos 50 anos.

 É um espaço de tempo muito curto. Se continuar nesse ritmo, em 40 anos teremos apenas remanescentes de Cerrado, como ocorreu com a Mata Atlântica [hoje com 7% da área original] — alertou o superintendente da Fundação Pró-Natureza (Funatura), ­Cesar do Espírito Santo.

O bioma reúne cerca de 10 mil espécies de plantas, 837 de aves, 820 de abelhas silvestres e 47% da fauna brasileira, disse Roberto Cavalcanti, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente.

Apenas 2,6% dessa riqueza está protegida em unidades de conservação federal, segundo Donizete Tokarski, presidente do Conselho da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata).

 O Cerrado, de fato, está abandonado do ponto de vista de unidades de conservação integral — disse.

Produtividade

Da área de Cerrado aberta (não ocupada por florestas), mais de três quartos são pastagens, voltadas à criação de 72 milhões de cabeças de gado. O restante está ocupado principalmente por grãos. A região responde por 40% da produção de carne bovina do país, 84% do algodão, 60% da soja e 44% do milho.

Os avanços da produção agrícola, conforme destacou José Roberto Peres, chefe da Embrapa Cerrados, resultaram de ganhos de produtividade, a partir da incorporação de tecnologia.

Peres alertou, no entanto, para o passivo social e ambiental resultante do ­crescimento da agropecuária: êxodo rural, uso exaustivo de recursos ­naturais e de insumos derivados do petróleo, além de poluição e contaminação dos rios.
Segundo observou, o país dispõe de tecnologia para uma produção mais sustentável, reduzindo o desmatamento e potencializando o uso de áreas já abertas.

Temos a grande oportunidade de inserir o modelo de economia verde, que retorna para a sociedade investimentos em redução nas emissões, uso eficiente de recursos naturais e redução de resíduos.
Ao destacar a importância da Embrapa, o senador Blairo Maggi (PR-MT) frisou que "sem pesquisa, o Brasil ainda seria um importador e não um exportador".

 Sem a produção agrícola no Cerrado, o Brasil não seria o que é hoje e estaria em maior dependência econômica e social — disse, criticando os que antagonizam produção e preservação.
No entanto, Donizete Tokars­ki disse que o aproveitamento do Cerrado esbarra na falta de assistência técnica capaz de valorizar sua biodiversidade.
 É preciso rever a formação profissional, para que o técnico não veja apenas a produtividade das culturas.
Gigante pela natureza

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Blairo Maggi

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