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X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"A divisão do trabalho como o princípio do desenvolvimento social."


Ainda estamos longe de entender o supremo e mais profundo segredo da vida, o princípio da origem dos organismos.  Quem sabe se um dia iremos realmente descobrir?  Tudo o que sabemos hoje é que, quando os organismos são formados, algo que até então não existia passa a existir em decorrência da ação de indivíduos.  Organismos vegetais e animais são mais do que um conglomerado de células únicas, e a sociedade é mais do que a soma dos indivíduos que a compõem.  Ainda não entendemos por completo toda a significância deste fato.  Nossos pensamentos ainda estão limitados pela teoria mecânica da conservação da energia e da matéria, a qual não é capaz de nos dizer como um pode virar dois.  Aqui, novamente, se quisermos ampliar nosso conhecimento acerca da natureza da vida, compreender como funciona a organização social terá de preceder o entendimento da organização biológica.

Historicamente, a divisão do trabalho se originou em dois fatores da natureza: a desigualdade das capacidades e habilidades humanas, e a variedade das condições externas da vida humana na terra.  Estes dois fatos são, na realidade, um só: a diversidade da natureza, a qual não se repete mas cria o universo em variedade infinita e inexaurível.  O critério especial de nossa investigação, no entanto, a qual é dirigida para o conhecimento sociológico, nos permite tratar estes dois aspectos separadamente.

É óbvio que, tão logo a ação humana se tornou consciente e lógica, ela certamente foi influenciada por estes dois fatores.  Eles, com efeito, se combinaram quase que como para forçar a divisão do trabalho sobre a espécie humana.  Jovens e velhos, homens e mulheres, crianças e adultos, todos cooperam entre si ao fazerem os melhores usos possíveis de suas várias habilidades.  Aqui está também o germe da divisão geográfica do trabalho: o homem vai à caça e a mulher vai à fonte para buscar água.  Fossem as habilidades e a força de todos os indivíduos, bem como as condições externas de produção, idênticas em todos os lugares, a ideia da divisão do trabalho jamais poderia ter surgido.  Sob essas condições, o homem, por si só, jamais teria tido a ideia de fazer com que sua luta diária pela sobrevivência fosse facilitada pela cooperação gerada pela divisão do trabalho.  Nenhuma vida social poderia ter surgido entre homens de iguais capacidades e habilidades em um mundo que fosse geograficamente uniforme.

Talvez os homens iriam se agrupar para assim conseguir lidar com aquelas tarefas que estivessem além de suas forças individuais; porém, tal tipo de aliança não forma uma sociedade.  As relações que ela cria são transientes, e duram somente enquanto durar a ocasião criada por ela.  Sua única importância na origem da vida social é que ela cria uma reaproximação, uma reconciliação, entre homens, o que traz consigo o reconhecimento mútuo da diferença que existe entre as capacidades naturais de cada indivíduo, propiciando assim o surgimento da divisão do trabalho.

Uma vez que o trabalho foi dividido, a própria divisão exerce uma influência diferenciadora.  O fato de o trabalho ser dividido possibilita um maior aperfeiçoamento do talento individual, o que por si só já faz com que a cooperação seja ainda mais produtiva.  Por meio da cooperação, os homens são capazes de alcançar aquilo que estaria além de suas capacidades enquanto indivíduos, e até mesmo o trabalho que um indivíduo é capaz de realizar sozinho se torna mais produtivo.  Porém, tudo isto só pode ser entendido em toda a sua complexidade quando as condições que governam o aumento da produtividade sob a cooperação são especificadas com precisão analítica.

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