Ministro das Relações Exteriores afirmou em audiência pública que
Brasil exercerá liderança na conferência mostrando seus avanços em
questões de sustentabilidade e que 116 líderes já confirmaram presença
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, admitiu ontem a
existência de certo ceticismo em relação aos resultados que poderão ser
alcançados na Rio+20, conferência internacional sobre desenvolvimento
sustentável que será realizada no mês que vem, no Rio.
Patriota, no entanto, pediu que não se “caia na armadilha de aceitar
conceitos pré-fabricados de êxito ou fracasso” em relação à Rio+20.
Concordo que existe certo ceticismo sobre a nossa possibilidade de
avançar em direção a novas utopias. Isso pode ser saudável. O importante
é ter em mente qual é a proposta da Rio+20, em que o Brasil exercerá
liderança pelo exemplo — afirmou.
O ministro falou durante uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
Ele confirmou a presença na Rio+20 de 116 chefes de Estado — número superior ao da conferência Rio-92, realizada 20 anos atrás.
Ao contrário da Rio-92, que o ministro chamou de “ponto de chegada”
de negociações de acordos internacionais, a Rio+20 tem, em sua opinião, a
proposta de ser um “ponto de partida” para a reflexão sobre o que se
conseguiu ou não em relação ao meio ambiente nas últimas décadas.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu ao ministro que defenda as
conquistas obtidas em 1992 e sugeriu à presidente Dilma Rousseff que
abra a nova conferência com o alerta de que “a humanidade está em
risco”.
A audiência foi realizada por sugestão do presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor (PTB-AL).
Collor anunciou a presença na Rio+20 dos presidentes recém-eleitos da
Rússia e da França, respectivamente Vladimir Putin e François Hollande.
Ele lamentou a ausência de uma delegação do Parlamento Europeu, em
função dos altos custos das diárias cobradas pelos hotéis cariocas.
Ao final do encontro, a comissão aprovou requerimento do senador Luiz
Henrique (PMDB-SC) destinado a solicitar ao prefeito do Rio, Eduardo
Paes, que pressione a rede hoteleira pela redução dos valores das
diárias.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) absteve-se de votar, por considerar que seria uma “intervenção indevida” numa questão privada, relativa à lei da oferta e da procura.
Jornal do Senado
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