Os senadores prestaram homenagem ao cardeal dom Eugenio Sales,
arcebispo emérito do Rio de Janeiro, que morreu anteontem, aos 91 anos,
vítima de um infarto enquanto dormia.
O presidente do Senado, José Sarney, destacou a dedicação de dom Eugenio à Igreja e ao próximo.
Morre dom Eugenio, um dos maiores homens da Igreja no Brasil em
todos os tempos, um homem que pautou sua vida pela coragem, pela firmeza
de princípios e pela dedicação.
Sarney lembrou que dom Eugenio foi um dos criadores das Comunidades
Eclesiais de Base e da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB).
No Rio, lembrou o senador, formou uma equipe que levou adiante o
Banco da Providência e criou programas como o centro de atendimento a
pessoas com Aids, a Pastoral Carcerária e o Núcleo de Formação de
Líderes do Sumaré.
A atuação do cardeal também foi marcada pela “acolhida corajosa” de
refugiados políticos latino-americanos, abrigando-os na sede episcopal.
Foi firme na defesa dos direitos humanos. Sua posição de absoluta isenção política lhe dava grande
autoridade — afirmou Sarney.
autoridade — afirmou Sarney.
Garibaldi Alves (PMDB-RN) apresentou um requerimento de voto de pesar
pela morte de dom Eugenio. Emocionado, ele se disse amigo do
religioso, “um homem de Deus na Terra”.
José Agripino (DEM-RN) lembrou as relações de sua família com dom Eugenio, de quem seu pai era amigo.
O senador afirmou que o religioso foi “um homem muito à frente do seu tempo” e fez com que a Igreja do Rio Grande do Norte — onde nasceu — “deixasse a sacristia para cuidar dos pobres no campo e nas ruas”. No estado, criou uma estação de ensino a distância e um modelo de sucesso do que seria hoje um assentamento rural e reuniu bispos no que se tornaria a CNBB.
É um amigo que perco. É um homem que a Igreja precisa reverenciar
como um dos seus arautos, arauto da modernidade, da sinceridade, da ação
positiva, do espírito público, da coragem cívica, enfim, um elenco de
qualidades que só dom Eugenio pôde reunir.
O líder do governo no Congresso, Eduardo Braga (PMDB-AM), manifestou
profundos sentimentos e reafirmou respeito à “obra de pastor” que o
religioso desenvolveu nas últimas décadas.
Vital do Rêgo (PMDB-PB) afirmou que dom Eugenio foi “divisor de
águas” para a nova geração católica: seu trabalho permitiu reviver a
Igreja, por meio das Comunidades Eclesiais de Base e das pastorais, com a
saída do templo para a convivência com a sociedade.
A morte de dom Eugenio deixa uma lacuna muito grande na Igreja, no
Rio e no Brasil. Ele desenvolveu um trabalho da maior importância tanto
no campo religioso como no campo político e social — afirmou Francisco
Dornelles (PP-RJ).
Para Jorge Viana (PT-AC), “era um exímio administrador, que ganhou
respeito por sua personalidade forte e, ao mesmo tempo, por sua
compreensão, por sua visão de mundo”.
Também se manifestaram Romero Jucá (PMDB-RR), Flexa Ribeiro
(PSDB-PA), Ana Rita (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Jornal do Senado
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