O Plenário do Senado votará hoje, em sessão marcada para as 10h, o
processo de perda de mandato do senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO). A votação será secreta.
Segundo o Conselho de Ética do Senado, Demóstenes feriu o decoro
parlamentar ao manter estreitas relações com o contraventor Carlinhos
Cachoeira, preso desde fevereiro sob as acusações de corrupção e
exploração de jogos ilegais. Para o conselho, o senador mentiu aos
colegas ao negar ter vínculo com o esquema de Cachoeira.
Na abertura da sessão, o relator do processo no Conselho de Ética,
Humberto Costa (PT-PE), e o relator na Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT), apresentarão seus pareceres
sobre o processo contra Demóstenes.
Em seguida, será dada a palavra a qualquer senador que queira se manifestar.
Encerradas as discussões, falará Randolfe Rodrigues (AP), líder do
PSOL, partido que apresentou a representação contra Demóstenes ao
Conselho de Ética.
O último a falar será o próprio Demóstenes. O advogado dele, se
quiser, também poderá usar a palavra. Só então será iniciada a votação.
Sessão aberta
Segundo informou o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA), “ninguém terá a palavra cerceada” na sessão de hoje.
Determinamos que o início da sessão será às 10h para que transcorra
com o tempo necessário para que haja opiniões, defesa. O processo será
extremamente aberto.
A decisão do Plenário será por voto secreto e maioria absoluta (pelo menos 41 votos), conforme prevê a Constituição.
Os senadores não poderão divulgar seus votos no Plenário, sob o risco
de comprometer a legitimidade do processo. As declarações só poderão
ser dadas fora do Plenário.
As galerias do Senado serão abertas ao público, de acordo com a secretária-geral da Mesa do Senado, Claudia Lyra.
Antes, haverá distribuição de senhas, que serão divididas entre os partidos com representação no Senado.
A prática, segundo Walter Pinheiro, costuma ser adotada em todas as votações importantes no Senado.
Com o início da sessão no Plenário do Senado, por determinação do
presidente José Sarney, as reuniões de comissões em andamento na Casa
serão suspensas imediatamente.
Antecedentes
A última vez que o Plenário do Senado votou a perda de mandato de um
parlamentar foi em 2007, quando Renan Calheiros (PMDB-AL) foi absolvido
pelos colegas.
O rito do julgamento foi semelhante ao adotado no caso de Demóstenes.
Até este momento, o único senador cassado pela Casa foi Luiz Estevão,
em 2000. Ele foi acusado de envolvimento no desvio de verbas na
construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São
Paulo.
Jornal do Senado
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