Em agosto, comissão analisará pedidos para que governadores de MT,
MS e TO se expliquem; governador de GO poderá ser ouvido de novo.
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| Marconi Perillo (GO), André Puccinelli (MS), Silval Barbosa (MT) e Siqueira Campos (TO): governadores podem ser ouvidos por deputados e senadores na CPI |
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pode não ser o único a
ter de dar explicações à CPI do Cachoeira após o recesso parlamentar de
julho. Requerimentos para a convocação de outros três governadores
aguardam votação da comissão parlamentar de inquérito mista que
investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e
empresas.
Um dos
que podem ser chamados é Siqueira Campos (PSDB), governador do
Tocantins. Três parlamentares apresentaram pedidos para ouvi-lo. O
deputado Rubens Bueno (PPS-PR), por exemplo, quer que ele explique
recente reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo mostrando que
quase metade dos recursos financeiros recebidos pelo comitê do PSDB no
estado na eleição de 2010 veio de empresários ligados a Cachoeira.
Seriam R$ 4,3 milhões de um total declarado à Justiça Eleitoral de R$
10,5 milhões.
De acordo
com o requerimento de Rubens Bueno a ser analisado pela CPI, o maior
doador para o PSDB no Tocantins, com R$ 3 milhões, foi o empresário
Rossine Aires Guimarães, cuja convocação já foi aprovada pela comissão.
“Dono de uma construtora, ele é, conforme a PF, o principal parceiro
de negócios de Cachoeira, ao lado de Cláudio Abreu, diretor regional da
empreiteira Delta”, informa o deputado.
O deputado Filipe Pereira (PSC-RJ) propõe chamar o governador de Mato
Grosso, Silval Barbosa (PMDB). Segundo o deputado, escutas da Polícia Federal
demonstraram que Cachoeira tinha interesse em assumir o controle da
loteria estadual. Além disso, informa o requerimento, a Delta mantém
contrato de locação de viaturas para as polícias Civil e Militar.
Má qualidade
Pereira também é autor de um requerimento pedindo o depoimento do
governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB). O deputado
argumenta que a Delta tem “milhões [de reais] em negócios em obras
estaduais, federais e licitações de prestação de serviços” naquela
unidade da Federação.
Ainda segundo o deputado, o Tribunal de Contas da União apontou três
obras em rodovias estaduais com falhas que poderão ser questionadas por
causa da má qualidade.
Apesar de já ter sido ouvido pela CPI em 12 de junho, o governador de
Goiás, Marconi Perillo pode ter de voltar à comissão. O senador
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou novo requerimento para
convocá-lo.
O pedido é baseado em reportagem da revista Época que denunciou que o
governador recebeu propina para liberar pagamentos do governo do estado
à empreiteira Delta.
O negócio, segundo a reportagem, ocorreu por meio da venda da antiga
casa de Marconi onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal, em
fevereiro.
Além de Marconi, a CPI ouviu também o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Na última quarta-feira, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB), informou que o requerimento pode ser colocado em votação logo
após o recesso parlamentar.
Segundo Vital, todos os requerimentos apresentados entrarão na pauta com a mesma prioridade.
A primeira reunião administrativa está prevista para 15 de agosto,
mas o presidente informou que tentará marcar uma data na primeira
semana, provavelmente no dia 2.
Jornal do Senado
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