Durante sua exposição aos integrantes da comissão, a embaixadora
indicada observou que, apesar dos duros efeitos da crise, a União
Europeia continua sendo o maior parceiro comercial do Brasil.
No ano passado, as exportações brasileiras para a UE alcançaram US$
52,9 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 46,4 bilhões.
Apesar de admitir que o comércio começa a ser afetado pela crise, a
embaixadora classificou o atual desempenho de “extraordinário”.
Ela observou que os países da UE foram o destino de quase um terço
dos investimentos realizados por empresas brasileiras nos últimos cinco
anos, envolvendo setores como construção, aviação, siderurgia, bebidas e
alimentos.
Vera citou o estabelecimento da “parceria estratégica” entre o Brasil
e a UE em 1997 e apontou a cooperação científica como tema prioritário
para os próximos anos, devido ao “enorme interesse” de universidades
europeias em receber estudantes brasileiros, por meio do Programa
Ciência sem Fronteiras.
Quero deixar uma mensagem de esperança, para que os europeus possam
superar este momento difícil e para que aumente a parceria estratégica
que temos com a Europa — disse Vera Machado, cuja indicação teve
Francisco Dornelles (PP-RJ) como relator.
Até o momento, observou a embaixadora, não há perspectivas de recuperação econômica na Europa.
O desemprego alcança 11% da população economicamente ativa. Por causa da crise, tem aumentado a xenofobia.
Durante o debate, Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou a mesma
preocupação quanto aos efeitos da crise europeia sobre os imigrantes.
Sérgio Souza (PMDB-PR) registrou a manutenção, pelos países europeus, de “fortes subsídios” à agricultura, apesar da crise.
Ricardo Ferraço (PMDB-ES) protestou contra as barreiras impostas pela
União Europeia ao café industrializado no Brasil. Segundo observou o
senador, o café solúvel brasileiro enfrenta uma taxação de 9%, enquanto
sobre produtos semelhantes do Vietnã e da Indonésia recaem impostos de
apenas 3%. Essa medida, alertou, “retira competitividade da lavoura
cafeeira brasileira”.
Comissão aprova embaixadora indicada para Moçambique
A Comissão de Relações Exteriores aprovou a indicação da ministra de
primeira classe Ligia Maria Scherer para embaixadora em Moçambique e,
cumulativamente, na Suazilândia e em Madagascar. A mensagem teve como
relator Sérgio Souza (PMDB-PR).
Excluído o Mercosul, informou a embaixadora, Moçambique é o país que
mais recebe programas de cooperação brasileira. Entre os recentes
resultados dessa cooperação, ela citou a construção de uma fábrica de
antirretrovirais e a abertura de um escritório da Fiocruz.
A atuação do Brasil na África e em Moçambique é diferenciada. Estamos juntos, gerando empregos para os moçambicanos.
Jornal do Senado
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