Em sessão de homenagem a seu centenário de nascimento, escritor
baiano foi lembrado pelas ideias libertárias e pelos personagens, que
forjaram a imagem nacional e internacional da Bahia.
| Walter Pinheiro, Jaques Wagner, Lídice da Mata, João Jorge Amado, Roberto Freire, Antonio Imbassahy, Artur Sampaio e José Sarney |
Ele nasceu em 10 de agosto, em Itabuna (BA).
Jorge Amado é a mais forte presença de escritor na vida brasileira,
não só por sua obra literária inigualável, mas por sua capacidade de
agir para construir o bem — afirmou o presidente do Senado, José Sarney,
que presidiu a sessão.
Participaram senadores, deputados, representantes do governo federal e
o governador da Bahia, Jaques Wagner. Pela família do escritor,
participaram o filho João Jorge Amado e o neto Bruno Amado.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que a Bahia perdeu “seu
maior escritor, aquele que mais a conhecia e amava”. Ela afirmou que o
escritor refletiu em sua obra tudo o que sua sensibilidade lhe permitiu
captar. Na infância, a dura vida dos trabalhadores nas fazendas de
cacau, a arrogância dos coronéis, a violência dos jagunços e a guerra
pelo poder. Jovem adulto, em Salvador, encontrou uma realidade que pôs
em seus romances pais de santo, crianças de rua, prostitutas.
A Bahia que Jorge ajudou a construir no imaginário nacional e
internacional foi essa gente marginalizada, a quem ele deu vez e voz em
sua obra — afirmou Lídice.
Na visão do senador Walter Pinheiro (PT-BA), Jorge Amado usou a
literatura para promover uma reflexão sobre os temas sociais e raciais.
Na homenagem, foi constante a referência à atuação política do
escritor, eleito deputado federal em 1945, pelo Partido Comunista. Ele
propôs a lei — ainda vigente — que assegura a liberdade de culto
religioso.
A sessão foi marcada também por manifestações sobre a criação da Casa
do Rio Vermelho, um memorial para guardar os objetos de Jorge Amado e
Zélia Gattai (1916–2008), na residência em que o casal viveu, em
Salvador. A ideia é tombar o imóvel e transformá-lo em centro de
visitação.
Pelo Senado, a iniciativa da homenagem foi de Sarney e Lídice.
Assinaram o pedido Pinheiro e João Durval (PDT-BA). Outro requerimento,
pelo Congresso, foi proposto pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e
pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP).
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