Também foi aprovada ontem a quebra dos sigilos bancário, fiscal e
telefônico de Andressa Mendonça, mulher do contraventor, acusada de
chantegear um juiz federal.
Na primeira reunião administrativa realizada em agosto pela Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, os parlamentares
decidiram reconvocar o contraventor Carlos Augusto Ramos.
O convite ao
deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) também foi aprovado
entre os 155 requerimentos colocados na pauta de ontem. O presidente da
CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), marcou ainda para 28 de agosto o
depoimento de Fernando Cavendish, ex-dono da empreiteira Delta.
Cachoeira esteve na CPI dia 22 de março, mas, amparado por um habeas
corpus, limitou-se a informar que só falaria depois de prestar
depoimento à Justiça. Em juízo, porém, praticamente não respondeu a
nenhuma pergunta.
Já a mulher dele, Andressa Mendonça, terá que disponibilizar
informações bancárias, fiscais, telefônicas e telemáticas (mensagens no
celular). A quebra desses sigilos foi aprovada pela CPI a pedido do
relator, Odair Cunha (PT-MG).
Está claro que Andressa não tinha só relação pessoal com Carlos
Augusto Ramos, mas também mantinha vínculos econômicos com ele. O
objetivo da quebra dos sigilos é identificar tais vínculos com a
organização criminosa — justificou o relator.
Andressa é acusada de chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos
na tentativa de beneficiar o contraventor, preso desde 29 de fevereiro.
Deputados
Os requerimentos para a convocação dos deputados federais Carlos
Alberto Leréia e Sandes Júnior (PP-GO) provocaram debates. Um acordo
substituiu a convocação de Sandes por um pedido de informações. Ele terá
que explicar doações feitas pelo laboratório Midway para sua campanha
nas eleições de 2010. O dinheiro, conforme investigação da Polícia
Federal, teria origem em empresas fantasmas ligadas a Carlinhos
Cachoeira.
Leréia, por sua vez, não será convocado, mas convidado a depor,
porque já se dispôs a falar à CPI. O deputado responde a processo
administrativo no Conselho de Ética da Câmara. O deputado Silvio Costa
(PTB-PE) protestou:
Estamos tratando iguais de forma desigual. Ou convocamos os dois ou não convocamos ninguém — afirmou.
A proposta de criação de sub-relatorias foi rejeitada por 16 votos a
4. Os parlamentares da oposição foram os principais defensores da
mudança, na tentativa de descentralizar as ações, atualmente conduzidas
por apenas um relator.
Mais de 250 requerimentos continuam aguardando deliberação, incluindo
o da convocação do jornalista Policarpo Junior, da Veja, o que provocou
protestos do senador Fernando Collor (PTB-AL).
Jornal do Senado
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