A preocupação com a oferta de alimentos saudáveis marcou o lançamento da Frente Parlamentar
pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica nesta
quarta-feira (8). Deputados e ministros defenderam um novo modelo de
agricultura no Brasil.
A frente quer estimular o debate em torno da alimentação saudável. É o
que propõe a agroecologia e a produção orgânica: alimentos saudáveis,
sem uso de agrotóxicos, nem adubos químicos ou hormônios. A coordenadora
da frente, deputada Luci Choinacki (PT-SC), destaca que os alimentos
produzidos dessa forma não agridem a natureza.
A deputada define a agroecologia como um sistema de produção que
busca a sustentabilidade. "Essa mudança de paradigmas na produção é um
processo muito grandioso e de mentalidade. A natureza é finita, ela não é
infinita. Então, se você não cuidar dela, não vai ter [seus produtos]."
Política Nacional de Agroecologia
Um decreto que vai criar a Política Nacional de Agroecologia está em fase de finalização, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Com a política, o governo pretende ampliar a produção de orgânicos e
incentivar o consumo pela população. "Aumentar a produção significa
também reduzir custos para o consumidor e colocar uma parcela importante
da agricultura familiar dentro de uma rota de sustentabilidade",
assinalou o ministro.
Segundo a deputada, o governo pretende aumentar a produção de orgânicos de 2 para 15%.
Comercialização dos alimentos orgânicos
A comercialização de produtos agroecológicos e orgânicos foi tema debatido pelos deputados e convidados no lançamento da Frente. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reforçou que o acesso a alimentos saudáveis não pode ser restrito a quem tem maior poder aquisitivo.
A representante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, deputada Marina Santanna (PT-GO) defendeu a construção de
um diálogo entre o governo federal, e os governos estaduais e municipais
juntamente com os movimentos locais para a ampliação do conhecimento
que se tem hoje, aliado a uma mudança de mentalidade, investimentos e
valores.
“O uso do agrotóxico tem proporcionado problemas muito graves
de saúde, ainda não mensurados totalmente, que estão dispersos na
sociedade. É preciso um maior investimento para garantir a ampliação dos
espaços utilizados tanto na produção como na comercialização dos
alimentos orgânicos”, alertou Marina Santana.
Já o vice-coordenador da frente, deputado Sarney Filho (PV-MA),
afirmou que a produção de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos,
nem adubos químicos ou hormônios, como faz a agroecologia, merece
destaque por trabalhar com o conceito de crescimento econômico dando
igual importância para a inclusão social e aos cuidados ambientais.
“Nesse cenário atual, onde os alimentos dos brasileiros são produzidos
70% pela agricultura familiar, é mais que necessária, é fundamental a
ampliação da assistência técnica e o fortalecimento do setor para a
continuidade da construção do desenvolvimento sustentável”, afirmou
Sarney Filho.
A Frente pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica se
propõe a debater o tema com a sociedade e a fortalecer a legislação no
setor. Em parceria com o governo federal, pretende ainda consolidar
políticas públicas que privilegiem a agricultura sustentável.
Da Rádio Câmara
Edição – Regina Céli Assumpção
Edição – Regina Céli Assumpção
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