Avaliação médico-pericial é o nome oficial do exame a que todo
segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve se submeter
para se beneficiar dos vários auxílios da Previdência Social. As
principais finalidades são atestar a incapacidade laborativa, que
permite a concessão do auxílio-doença ou auxílio-acidente (para
acidentes de trabalho), e verificar a invalidez visando à aposentadoria.
Para desafogar a excessiva demanda por esse tipo de exame, o INSS
adotou em junho, em três gerências no Rio Grande do Sul (Porto Alegre,
Canoas e Novo Hamburgo), a perícia médica eletrônica, que deverá ser
estendida a todo o país em prazo não definido.
Funciona assim: no caso de afastamento do trabalho por até 60 dias, o
segurado pode recorrer a um médico de sua preferência, desde que esse
tenha certificação digital fornecida pelo Conselho Regional de Medicina
(CRM).
O médico deverá enviar eletronicamente o resultado ao INSS e o
segurado só irá a uma agência da autarquia para assinar o termo de
benefício.
A intenção é alcançar de 12% a 15% das perícias realizadas em todo o
país. São Paulo, Pará e região Sul são os pontos nevrálgicos de
problemas nessa área.
O INSS realiza cerca de 30 mil perícias diárias no país e tem, no
papel, 4.500 peritos. Mas um número significativo de profissionais está
em funções burocráticas ou cedidos para outros órgãos públicos.
Para melhorar o serviço, o INSS fixou metas de 15 avaliações diárias
por perito e 70% dos médicos trabalhando com a população. O percentual
deve chegar a 85% em um segundo momento.
Para Clarissa Bassin, diretora do Sindicato Médico do Rio Grande do
Sul (Simers), as propostas do INSS colocam sobre os ombros dos médicos
do Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela maior parte dos
atendimentos dos segurados da Previdência Social, uma responsabilidade
que não lhes compete.
Há médicos especialistas [peritos]. É uma carreira federal que, por
conta do congelamento de salários, desde 2008, e das condições de
trabalho muito inadequadas, foi tendo seus quadros esvaziados.
Clarissa considera complicada a eficácia da perícia eletrônica. Ela
diz, por exemplo, que o site da Previdência é difícil de acessar e os
postos não têm internet.
Jornal do Senado
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