As
contas de luz estão tendo aumentos de tirar o fôlego. A Aneel tem
autorizado reajustes de dois dígitos e alguns acima de 30%. Em alguns
casos, como no Rio Grande do Sul, os aumentos já anularam completamente a
redução tarifária feita na marra pelo governo federal no ano passado.
Durou quase nada a quimera forjada pela presidente Dilma Rousseff para
enganar a boa-fé dos brasileiros e tentar criar uma bandeira eleitoral,
já em frangalhos.
Prepare
o bolso: as contas de luz que chegarão nas próximas semanas a
residências, comércio e indústrias contêm reajustes de tirar o fôlego.
São, na realidade, quase um choque de alta voltagem. Melhor seria dizer
que são um choque de realidade: a quimera das tarifas baratinhas forjada
pela presidente Dilma Rousseff como bandeira eleitoral virou fumaça.
Nos
últimos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vem
anunciando percentuais de reajustes a serem aplicados às tarifas das
concessionárias para os próximos 12 meses. Há casos de aumentos que
superam 30% e quase invariavelmente os índices autorizados chegam a dois
dígitos.
Ontem,
saíram os reajustes de nove distribuidoras, que atendem 24 milhões de
unidades consumidoras em vários estados do país. Os aumentos autorizados
variam de 11,16% a 35,7% (estes válidos para consumidores
industriais de nove municípios gaúchos). Apenas para aquilatar o
tamanho do tarifaço, vale lembrar que a inflação acumulada nos últimos
12 meses está em 6,15%, quando medida pelo IPCA.
O
caso mais emblemático entre os divulgados ontem é o da AES Sul, que
atende 1,3 milhão de unidades consumidoras no Rio Grande do Sul. Com o
reajuste médio de 29,54% autorizado pela Aneel, as novas tarifas
cobradas dos gaúchos já anularam completamente a redução feita na marra
pelo governo federal no ano passado: desde então, a alta real acumulada é
de 1,96%, calcula O Estado de S. Paulo.
Ou
seja, durou quase nada o malabarismo para diminuir as contas de luz a
fórceps, tentado pela presidente Dilma e seu séquito de xamãs e
dançarinos da chuva. Não sem antes, contudo, dizimar o setor de energia
no país e deixar um rastro de desmonte que levará anos para ser
revertido.
Até
agora, cerca de 37 milhões de unidades consumidoras já tiveram aumentos
autorizados pela Aneel neste ano. Nos próximos dias virão, ainda,
reajustes de Light, Copel, Celpe, Eletropaulo e Celesc, para citar
apenas os mercados mais relevantes, atingindo metade dos brasileiros. O
tarifaço adicionará pelo menos 0,28 ponto percentual à inflação deste
ano.
Não pense o consumidor que o choque elétrico irá parar por aqui. Para os próximos anos, estima-se
que haja aumentos represados que ultrapassam 20%, porque custos
bilionários de empréstimos e socorro às empresas serão repassados para
os consumidores a partir de 2015. A energia que Dilma prometeu baratinha
vai sair bem carinha.
As
tarifas sobem no ritmo de um foguete porque as distribuidoras estão
tendo que pagar preços altos para dispor de uma energia cada vez mais
escassa, gerada por usinas térmicas altamente poluentes. Estão tendo que
pagar caro porque só as concessionárias forçadas pelo governo se
aventuraram a fornecer energia nas condições que Brasília impôs – e
estão quebrando, como é o caso da Eletrobrás.
A
realidade, esta malvada, move-se na contramão das decisões
voluntaristas dos petistas de gabinete: conta de luz barata só é viável
quando há sobra e não falta de energia, como está ocorrendo no país
agora. Os sinais estão, portanto, trocados e as ideias do pessoal de
Brasília, para variar, estão embaralhadas.
As
empresas de energia elétrica foram fragilizadas e hoje não encontram
segurança para investir. Sequer conseguem gerar caixa suficiente para
fazê-lo. Ir a mercado para captar recursos é uma temeridade, já que
nenhuma delas consegue vislumbrar horizonte longo o suficiente para seus
negócios após a intervenção da mão peluda do Estado no setor.
O
desarranjo no setor de energia também golpeia a competitividade da
economia brasileira. O país mantém-se como um dos que pratica as mais
caras tarifas em todo o mundo, conforme levantamento da Firjan.
Para a indústria, o custo do megawatt-hora é o décimo mais alto em todo
o mundo, superando com sobra concorrentes como China e Rússia.
O
choque de alta voltagem ainda vem acompanhado de gastos estratosféricos
incorridos até agora pelo Tesouro – ou seja, bancados por todos os
contribuintes – para maquiar as tarifas e transformá-las em bandeira
eleitoral. Cerca de R$ 32 bilhões já foram torrados, parte a fundo
perdido, parte ainda a ser cobrada dos consumidores.
Não
é difícil perceber que Dilma Rousseff, que desenhou todo o modelo
elétrico em vigor, tratou a questão de maneira irresponsável e conduziu o
setor a um túnel sem luz e sem saída. Na realidade, o que a presidente
da República fez foi eletrocutar os brasileiros, lesados em sua boa-fé
pela esperteza petista.
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