Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

quinta-feira, 26 de junho de 2014

" Palavra dada é palavra empenhada,...

Dilma Rousseff é bastante coerente no que diz. Já se apresentou aos brasileiros como gerentona, como faxineira e, mais recentemente, se disse firme na decisão de não ceder a chantagens partidárias e recusar-se a mexer em sua equipe em troca de apoio eleitoral. Em todos os casos, manteve a linha: não cumpriu nada a que se propos. Percebe-se agora que o que vale não é a palavra empenhada, mas a disposição de vender a alma ao diabo pela vitória.
Dilma Rousseff é uma pessoa de palavra. Quatro anos atrás, apresentou-se ao eleitorado como gerente gabaritada. Eleita, correu para vestir uniforme de faxineira. Há algumas semanas, assegurou que não mudaria sua equipe ministerial apenas em troca de alguns minutinhos a mais no rádio e na TV. As circunstâncias e o figurino podem mudar, mas Dilma Rousseff mantém a coerência: não cumpre nada do que fala.
Dilma havia dito há algum tempo que “faria o diabo nas eleições”. Mas, vê-se agora, é muito mais que isso: a candidata-presidente está disposta mesmo é a vender a alma ao diabo. Os lances mais recentes da montagem do palanque reeleitoral são pródigos neste sentido. No balcão de negócios, o céu é o limite.
A presidente da República trocou ontem mais um de seus ministros para assegurar o apoio de mais um partido à sua elástica coligação eleitoral. Dilma dissera que estava muito satisfeita com César Borges no Ministério dos Transportes – e, convenhamos, pelo histórico de inoperância da pasta na era petista ele até vinha bem – e jamais o tiraria do cargo.
A palavra dada pela presidente, contudo, não foi honrada. O partido do ministro, o PR, cobrou a substituição de Borges e Dilma prontamente atendeu. Entregou sua cabeça e trouxe de volta para o cargo o mesmo ministro afastado há menos de 15 meses. Se isso não é ser coerente, o que mais pode ser? A Borges, restou a Secretaria dos Portos como prêmio de consolação.
Em 2011, o mesmo partido e o mesmo Ministério dos Transportes estiveram no centro da “faxina” – aquela em que a sujeira é varrida para baixo do tapete – promovida pela presidente. Se havia alguma dúvida do artificialismo do figurino ético de Dilma, não remanesce nenhuma mais. Na alça da mira agora estão a diretoria-geral do Dnit e o comando da Valec, também num movimento de desfazer a limpeza que, embora timidamente, fora feita.
A coerência administrativa da presidente ao nomear sua equipe é de dar gosto. Basta lembrar, também, o que aconteceu no Ministério da Pesca três meses atrás. Lá o ministro que não sabia o que era uma minhoca deu lugar a seu suplente no Senado, um teólogo e jornalista que, possivelmente, não faz ideia do que seja pescar com caniço e samburá.
Em todos estes episódios, salta aos olhos a falta de autoridade da presidente e sua total ausência de controle e critérios para compor uma equipe. Já não bastassem os maus resultados que ela tem a exibir em termos de obras e realizações, cabe a pergunta: Que espécie de gerentona eficiente é esta?
No seu vale-tudo pelo poder, o PT faz uso de suas armas mais típicas, como a também odienta caça aos que ousam não compactuar com os planos eleitorais do partido. O Globo noticia hoje que o Planalto foi em busca dos nomes de cada um dos prefeitos do PMDB fluminense que hipotecaram apoio a Aécio Neves. Para que será?
Pego no flagra, o ministro de Relações Institucionais disse que pretendia apenas convidá-los para um convescote no Planalto. “Prefeito, quando você chama para almoçar, para conversar sobre algum assunto, ele vem. Isso é do jogo”, disse Ricardo Berzoini, de notáveis atuações no submundo da guerrilha petista em eleições passadas. Não parece um fidalgo?
A uma presidente sem autoridade e com um currículo de parcas realizações para mostrar ao eleitorado como justificativa para merecer um novo mandato, junta-se um partido disposto a tocar o terror para vencer as eleições e perpetuar-se no poder. Nem com todos os arranjos e malandragens do mundo isso vai dar certo. O vale-tudo tem limite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário