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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

"ARTIGO:Esquecemos os Andes – 2"

 No artigo de ontem registramos que a população da região andina e anexa soma 40 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto de U$ 1 trilhão: a Bolívia, o Paraguai, o norte do Argentina e do Chile e o Peru. Em comum Mato Grosso e essas regiões tem o fato de no passado colonial terem sido colonizadas por espanhois e portugueses.
            A Bolívia baixa, centralizada em Santa Cruz de La Sierra dista de Cuiabá mil km,  pólo importantíssimo da parte mais progressista do país. Caravanas de empresários mato-grossenses já visitaram a sua poderosa feira internacional que se realiza de dois em dois anos. Estive numa dessas caravanas. A Bolívia alta, que fica acima dos Andes, são outras etnias e outra economia. O norte do Chile e o norte da Argentina se relacionam geograficamente mal com o centro e com o sul. Estive em Antofagasta, grande porto chileno no Pacífico e em Iquique e Arica, que são portos do norte. Também em Ilo e Matarani, dois importantes portos peruanos.
            O leitor deve estar se perguntando o que tem a ver conosco. Alguns exemplos: esses países alimentam frangos pra consumo interno com farinha de peixe. Nós tratamos peixe com farinha de soja. Deveria ser o contrário. O sal pro rebanho de 29 milhões de cabeças de gado de nosso estado vem do nordeste do Brasil, a mais de 4 mil km, quando ele está logo adiante de Santa Cruz, extraído dos famosos saladeros que afloram à terra.
            O ex-governador Blairo Maggi tinha razão sobre não ser viável levar soja, milho, madeira e carnes pros portos no oceano Pacífico através de caminhões pelos Andes. A Bolívia é muito chata no uso de suas rodovias e tem o monopólio dos sindicatos de caminhoneiros que não permite caminhões de outros países trafegarem dentro do país com cargas. Além do mais, a subida e a descida dos Andes é inviável para carretas como as nossas. Descemos e subimos de ônibus. A 10 km/hora em curvas fechadíssimas, com despenhadeiros imensos de um lado e de outro, a gente tinha a impressão de que não fecharia a curva prum lado e no minuto seguinte pra outro lado.
            Porém, não serve mesmo pra levar soja, mas serve pra levar uma infinidade de outros produtos que eles precisam e que importam dos EUA, Canadá, Europa e Ásia. E vender produtos interessantes pra cá.
            Encerro esta série de três artigos amanhã, chamando a atenção dos candidatos a governador e senador que o mundo é muito maior que pensam seus repetitivos planos de governo.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@terra.com.br   www.onofreribeiro.com.br

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