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X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

"ARTIGO:Esquecemos os Andes - final"

Este tema daria muito mais de três artigos. Encerro a série alertando que os estados do Acre já viabilizaram a ligação desde Assis Brasil até Iiñapari ( 1.226 km), e Mato Grosso do Sul, de Corumbá até Santa Cruz de La Sierra (1.868 km). Rondônia está trabalhando na mesma direção. Cuiabá está a um passo da Bolívia e até Santa Cruz dá exatos mil km ou 784 em linha reta. Faltam menos de 300 km para serem asfaltados entre San Inacio e Santa Cruz.
            Durante os governos Dante de Oliveira, em MT, e FHC no Brasil, tentou-se financiar através do BNDES essa obra orçada em pouco mais de US$ 200 milhões, ligando Cuiabá a Santa Cruz e daí ao oceano Pacífico. No governo Lula, Mato Grosso do Sul conseguiu ligar Corumbá a Santa Cruz e o no Acre ao Peru. Hoje Rondônia trabalha pra ligar Porto Velho ao Peru e Mato Grosso não tem política nessa direção e tampouco planos ou a mínima vontade. Porém, sua produção multiplica várias vezes a daqueles estados.
            Levando-se em conta os péssimos econômicos cenários de 2015 para os preços das commodities, os desafios do próximo governo de Mato Grosso serão gigantescos. E a força estadual sobre os preços é nula, porque eles vem do mercado internacional. Uma ligação com os 40 milhões de habitantes vizinhos e seu rico PIB de US$ 1 trilhão, seria no mínimo um gesto de inteligência estar nas discussões eleitorais deste ano.
            Já existe uma tradição de transporte rodoviário de cargas entre Cáceres e Santa Cruz, iniciada na década de 1990 pelo Expresso Araçatuba, e um forte comércio regional de ida e vinda de mercadorias. A parte baixa da Bolivia, polarizada em Santa Cruz, sofre com escassez de produtos que vem do Pacífico, muito mais distante, sendo que poderia ir daqui. Falta estratégia política do lado de cá.
            Do ponto de vista cultural, turístico, humano, econômico e rodoviário as regiões do Paraguai, Bolívia, norte do Chile e da Argentina e sul do Peru se complementam. A riqueza de paisagens entre eles é magnífica. A visão estreita do nosso lado não  levanta a vista para os Andes.
            Já tivemos na década de 1990 um vôo diário do Loyd Aereo Boliviano – LAB, entre Cuiabá e Santa Cruz de La Sierra, com média de ocupação de 30 pessoas, numa aeronave Boeing 707 de 105 lugares. Hoje, um vôo diário chegou a ser anunciado numa aeronave menor, mas a burocracia e má vontade da Receita Federal inviabilizou. As tarifas são muito menores de Santa Cruz para EUA e Europa. Mas, infelizmente, falta a visão estratégica de integração aos nossos governantes. Serafim Carvalho Melo e o professor Alfredo da Mota Menezes dominam bem o assunto.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@terra.com.br   www.onofreribeiro.com.br

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