Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

"Governo perde votação e projeto do superavit fica para a próxima semana"

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou para a próxima semana a votação do projeto do governo que altera a meta de resultado primário para este ano (PLN 36/14), retirando a exigência desuperavit primário nas contas públicas. A base aliada não conseguiu aprovar no colegiado um requerimento que garantia a “quebra de interstício”, redução do prazo regimental entre a apresentação e a votação do relatório.
Pelas normas da comissão, o prazo é de dois dias úteis – ou três, conforme entendimento diferente da oposição – após a apresentação do parecer. Como o texto foi apresentado ontem, somente na sexta ele poderia ir à votação. Com a quebra de interstício, que foi pedida pelo relator do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a apreciação poderia ocorrer na reunião de hoje.
O governo precisava dos votos de 18 deputados para aprovar o requerimento e garantir a apreciação, mas só teve 15. A derrota do Executivo foi comemorada pela oposição e pegou de surpresa a base aliada. "O governo precisa aprender a fazer mobilização", disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), logo após o presidente da Comissão de Orçamento, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), anunciar o resultado. Dos partidos da base, o PMDB foi o que menos contribuiu com deputados para garantir a aprovação do requerimento.
Acordo
Até o encerramento da reunião com a vitória oposicionista, os debates seguiam um roteiro estabelecido pelos líderes partidários na Câmara dos Deputados e no Senado que incluía requerimento para inclusão do PLN 36 na pauta de hoje e leitura do parecer por parte de Jucá (esses passos, de fato, aconteceram). Depois viria a quebra do interstício, a discussão do parecer, apresentação de destaques e aprovação.

O acordo de procedimentos para votação foi a saída política encontrada após a noite de ontem, quando o projeto foi aprovado em uma reunião tumultuada na comissão. A oposição ameaçou ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a sessão, alegando que o presidente do colegiado não havia respeitado as regras regimentais.
José Cruz/ABr
Economia - Orçamento - Relator de 2013 Romero Jucá
Relator, Romero Jucá defende a proposta, mas quer que o Executivo planeje melhor suas metas.
O acordo foi capitaneado pelos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, em reunião no final da manhã de hoje. A oposição saiu satisfeita, porque garantiu uma nova votação, e o governo garantiu o compromisso de não haverobstrução e evitou questionamento jurídico.
No início da reunião da comissão, às 15h30, parlamentares dos dois espectros políticos elogiaram o acordo suprapartidário. O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), e o deputado oposicionista Felipe Maia (DEM-RN) chegaram a usar a mesma expressão para definir a reunião de ontem: “houve excessos de parte a parte”.
A expectativa era que, com o acordo, o governo vencesse a disputa em um ambiente menos tenso, pois possui maioria na comissão. A derrota do requerimento adiou as pretensões governistas, de terá que aguardar agora a próxima semana e garantir um plenário cheio para enfrentar a votação. O colegiado tem 46 integrantes.
Parâmetros
Romero Jucá destacou a importância da aprovação da proposta. Segundo ele, o projeto evita o comprometimento da imagem do País diante de investidores e cortes nos investimentos públicos. Ele fez, porém, uma cobrança ao Executivo: disse que os parâmetros econômicos que orientam as leis orçamentárias – principalmente a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas econômicas mais relevantes – precisam ser mais realistas, a fim de evitar mudanças como a protagonizada pelo PLN 36.

"O governo precisa ter melhor planejamento, saber até onde pode chegar. Necessita propor parâmetros compatíveis com a realidade. Não adianta propor meta que não pode cumprir e números que não pode atingir", declarou Jucá.
O relator foi mais longe e disse que talvez seja preciso rever os parâmetros econômicos que estão na proposta orçamentária (LOA - PLN 13/14) e na LDO (PLN 3/14) de 2015, em tramitação na Comissão de Orçamento. O projeto da LDO prevê superavit primário de 2% em 2015 e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%.
Reportagem - Janary Júnior
Edição - Marcelo Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário