Desde 1999 acompanho a pesquisa “Nossa Casa”, feita a cada dois anos pelo Instituto Vetor Pesquisas. Neste ano acabei de ter acesso à primeira parte, com direito à manhã inteira de deliciosa conversa mineira com Miriam Braga, a idealizadora.
Neste ano a pesquisa pega os chefes de família cuiabanos, os entrevistados tradicionais, em pleno calor das crises política, econômica e da descoberta de uma onda de corrupção jamais vista derretendo o país, varrendo as instituições públicas no Executivo, no Judiciário e no Legislativo. O resultado foi claro: pessimismo generalizado.
Mas trouxe também outras leituras como a percepção de que estamos vivendo um tempo de transformações dos valores e é preciso repensar tudo. Antes, alguns dados sobre o perfil dos entrevistados, todos chefes de família. A maioria tem curso superior e pós-graduações, 61% ganha mais de dois salários mínimos. Curioso: a cada pesquisa são cada vez cuiabanos. Antes muitos eram nascidos fora. Aqui já aparece o pessimismo: em 2013, 61% acreditavam que o país melhoraria. Hoje são apenas 28%, e 45% acreditam que vai piorar. Sobre Mato Grosso os 62% que em 2013 acreditavam em melhora, caíram para 44% e 27% esperam piorar. Sobre Cuiabá, em 2013, 66% esperam melhoras. Hoje são 41% e 33% esperam por pioras.
Entretanto, em relação até 2016, 44% acreditam que o estado vai melhorar e 27% que vai piorar. Em relação ao Brasil, 45% esperam piorar. Em relação à avaliação positiva da presidente Dilma Rousseff é de 9%, e 77% é negativa. Em 2013 ela tinha 53% positivos. No estado, o governador Pedro Taques tem 42% positivo. Silval Barbosa em 2013 tinha 24%. Na avaliação das administrações, Pedro Taques tem 42% ótimo e bom, Mauro Mendes 21% e Dilma Rousseff 9%.
Em relação à satisfação por morar em Cuiabá, 77% está entre satisfeito e muito satisfeito. Para todos, 33% das razões para isso é o calor humano e a hospitalidade da cidade. As três piores coisas de se morar em Cuiabá são a educação pública, a saúde pública e a segurança pública. Aqui se misturam as gestões federal, estadual e municipal. Em 2007 os entrevistados acharam que as pessoas são o que Cuiabá tem de melhor. Os três maiores problemas da cidade são saúde pública, infraestrutura e saúde pública. Em 2007 foi a segurança pública e em 2013 a infraestrutura.
No próximo artigo vamos tratar da avaliação das instituições políticas, na visão dos chefes de família cuiabanos, neste ano muito mais críticos do que em anos anteriores.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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