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segunda-feira, 20 de abril de 2015

"Queremos que respeitem nossos direitos, diz índio"

Os índios não querem ter tratamento especial. Querem apenas ser tratados como os demais brasileiros. O recado foi dado pelo índio Neguinho Truká ontem, na sessão de homenagem do Senado aos povos indígenas. — Não somos melhores nem piores do que as demais minorias deste país. O que queremos é ter condições de disputar de igual para igual com o filho de quem vive na favela, com o filho de quem vive na fazenda, com o filho de quem vive no centro da cidade — disse o líder indígena. O Dia do Índio se celebra em 19 de abril. 

A sessão de ontem fez parte da Semana de Mobilização Nacional Indígena 2015, de 13 a 16 de abril, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), com eventos em todo o país. Os senadores também pediram respeito aos direitos dos índios. João Capiberibe (PSB-AP) citou a carta enviada no mês passado à presidente Dilma Rousseff em que a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil apresenta uma série de reivindicações, como a demarcação de pelo menos 20 áreas indígenas: — O que querem os povos indígenas é que o governo dê continuidade à demarcação de todas as terras indígenas, muitas das quais estão até hoje sem nenhum procedimento demarcatório instituído. Usando um cocar, o senador Telmário Mota (PDT-RR) disse que vivia na sessão “um momento de muita alegria e emoção”. Ele contou ter nascido numa comunidade indígena e só ter entrado na escola aos 11 anos. A bisavó mal falava português, mas era fluente em macuxi. — Eu dizia que chegaria a esta Casa e usaria um cocar. Eu quis fazer isso no dia da minha posse — afirmou o senador. Pedido de desculpa Vicentinho Alves (SD-TO) disse que em seu mandato sempre tem tentado ajudar os povos indígenas. Para o senador, a causa é justa, pois tem a ver com uma “parte sofrida” do Brasil, esquecida pela população e pelos polí- ticos. 

Ele afirmou lamentar o preconceito que ainda existe contra os índios. — Todas as vezes que tenho de me pronunciar sobre temas indígenas, sou tomado de alegria, pois ela justifica a defesa de uma causa justa. Mas também pondero que há um pedaço do Brasil sofrido que o Brasil não conhece. Cristovam Buarque (PDTDF) propôs ao Senado mais sessões como a de homenagem aos índios. Ele ressaltou a necessidade da eleição de índios para o Congresso. 

O senador lembrou o cacique Mário Juruna, que foi deputado federal, e disse que, se fosse eleito presidente da República, usaria o discurso de posse para pedir desculpas aos índios: — Eu iria pedir desculpas aos velhos sem apoio e sem aposentadoria, mas sobretudo iria pedir desculpas aos povos indígenas pelas maldades que nós, os brancos, cometemos ao longo de 500 anos. Valdir Raupp (PMDB-RO) cobrou do Congresso e do governo uma reflexão sobre as dificuldades dos índios: — Clamo por uma ação governamental e parlamentar efetivamente estratégica e integrada para desatar de modo conclusivo os nós que são atrelados às questões indígenas.

 Wellington Fagundes (PRMT) parabenizou os índios pelo esforço que fazem para a preservação do meio ambiente e pelo histórico esforço pela integração do país: — Se não fosse o trabalho dos índios que estiveram aqui com arco e flecha, talvez o Brasil tivesse sido dividido em muitos países. Randolfe Rodrigues (PSOLAP) lamentou o que chamou de “genocídio” dos “verdadeiros donos da terra”: — Os índios têm sobrevivido por teimosia e isso deve ser celebrado.

Assessoria

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