Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Governo de Mato Grosso

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

"ARTIGO : Só a política salva a economia"

O sucesso de um governo vem de sua capacidade de formular estratégias políticas coerentes e produtivas de longo prazo, idealizadas a partir de análises rigorosas do leque de pressões e demandas, às vezes contraditórias. Governantes quando não sabem para onde ir, deixam de atender as aspirações da população e eliminam gradativamente as alianças que o elegeram.  

Nossas atuais dificuldades têm elementos estruturais e fortes componentes de uma crise política. A presença de elementos de crise estrutural é observável nos evidentes sinais de esgotamento do modelo de desenvolvimento. Os desastrosos indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas são provas irrefutáveis desses desarranjos. A repetição de iniciativas já aplicadas gera paralisia.

O Brasil, desde a redemocratização, construiu um importante legado institucional, e a robustez de nossas instituições republicanas garante a transição dos mais diversos cenários críticos em ambiente de normalidade democrática e de respeito à ordem instituída.

Por outro lado, a crise econômica gera legítimos descontentamentos. E a falta de iniciativas para resolvê-los enfraquece a capacidade do governo de persuadir a sociedade e de dar sentido ao seu discurso. Aos olhos da população, a cada recuo, a cada reviravolta em decisões, o governo se enfraquece.

O equilíbrio entre legitimidade e poder exige consenso capaz de formar a maioria. Quando o consenso se esvai, particularmente em épocas de crises política e econômica que se entrelaçam, sabemos que só a política é capaz aglutinar a maioria para salvar a economia.

A política deve promover o encontro entre as demandas da sociedade de forma que recupere o desenvolvimento econômico sustentado. É um erro acreditar que, largados à própria sorte, os conflitos se reconciliam e as demandas se equilibram. A velocidade imposta pela tecnologia moderna jogou por terra a máxima do passado: deixa estar para ver como é que fica. Não fica, a economia se dissolve. 

A missão do Congresso Nacional consiste em traduzir e dar forma legal para a prioridade que temos hoje de salvar a economia, consequentemente o emprego. Mesmo que o embate se dê em clima muitas vezes contraditório e tenso, sabemos da importância do entendimento entre os atores políticos acerca do atendimento a essas demandas.

E elas estão dadas: resgatar a eficiência, a moralidade, a transparência, a responsabilidade e a impessoalidade na administração de bens, valores, serviços e recursos adquiridos com o suado dinheiro dos impostos pagos pelos trabalhadores. É preciso uma verdadeira e completa reformulação na estrutura de gastos do setor público, que redefina o tamanho e as atribuições do Estado.

Para realizar essas tarefas, com as posições de poder e legitimidade equilibradas, os governos devem ter a coragem e a ousadia de fazer o que deve ser feito, independentemente dos impactos sobre a sua popularidade.

Acreditar que a verdade é conspiratória é coisa de quem não aprendeu a conviver com as saudáveis divergências da democracia e da liberdade de opinião, de quem vive nas trevas de regimes autoritários.Em situações de crise não há espaço para exclusões e passes de mágica ou de marketing, apenas para medidas eficientes que recuperem a credibilidade do Estado, a harmonia dos poderes e a pacificação nacional. 


 Moreira Franco Presidente da Fundação Ulysses Guimarães 

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