Ministério Público do Estado de Mato Grosso

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domingo, 11 de outubro de 2015

"ARTIGO : A desconstrução da fragilidade feminina e o enorme desafio no campo da prevenção"

Desde o surgimento da sociedade patriarcal a mulher é considerada modelo de fragilidade e incapacidade, pela necessidade de cuidar do lar, do marido e dos filhos anulando-se completamente. Fomos ignoradas historicamente e as poucas bravas mulheres que resistiam a este estereótipo, eram consideradas ousadas demais para época, e em conseqüência de seus atos, profundamente recriminadas. Já com a chegada do Capitalismo a expressão feminina passou a ser um pouco mais exercida, pois começou- se a contribuir com a Economia Doméstica e posteriormente, na Revolução industrial, conseguiram demonstrar alguma força , através de sua inserção no mercado de trabalho.

Com o passar dos anos, a luta se intensificou e a passos muito lentos, temos conseguido maiores feitos por parte de nossa classe. Somos mulheres,donas de casa, mães, profissionais, artistas e políticas que tentam a todo custo, manterem-se equilibradas na corda bamba de uma sociedade ainda machista. Nós, mulheres, não podemos parar. Temos que dar conta de tudo e por vezes, ficamos sobrecarregadas. Rotina exaustiva, problemas rondando nossas cabeças, jornadas sobre-humanas de trabalho! Tanta gente para cuidar que acabamos esquecendo de cuidar de nós. Nossa saúde pede atenção e embora sejamos heroínas dos nossos lares, convém lembrar que somos de carne e osso. Sempre há aquela máxima: “Não é nada, é só uma dorzinha que vai passar.” Ou ainda: “Para de frescura!”

Precisamos encarar o desafio da prevenção. Temos que tirar o véu do preconceito que a sociedade insiste em manter e encarar os espelhos da verdade. Dor no peito não é frescura, depressão não é bobagem, autoexame não é vexatório. Quer um exemplo? Pois bem! Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, depois do de pele, respondendo por cerca dos 25% dos novos casos anualmente. O grande problema é que apesar da intensidade das campanhas promovidas pelos Movimentos de Apoio à Prevenção e pelo Ministério da Saúde, muitas mulheres ainda não se previnem. É como se em meio a tantas necessidades de nos fazermos presentes mais ativamente no ambiente em que vivemos, acabássemos deixando nossa saúde de lado, alimentando os tabus que tanto lutamos para desconstruir.

A verdade é que a mulher contemporânea vive seu maior momento de desconstrução, pois precisamos quebrar barreiras e jogar por terra esse mito de que tudo deve vir em primeiríssimo plano, para só então olharmos para o nosso corpo e percebermos então, os sinais que ele dá. Deixar passar pode ser tarde demais. Nós é que devemos ficar em primeiro plano! Nossa saúde é prioridade! Todas as outras coisas podem vir depois.

É necessário “entrar de peito nessa luta”! Não podemos mais arrumar desculpas socialmente aceitáveis para deixarmos nossa vida para depois. Nós, mulheres, temos que “nos tocar” que a prevenção é o início de tudo, pois não poderemos conhecer grandes coisas se não conhecermos a nós mesmas. O desafio da prevenção é árduo! Primeiro é imprenscindível que aprendamos a antecipar os riscos, ensinando às nossas filhas que não é feio olhar e tocar o próprio corpo.

A mulher que busca autoconhecer-se é heroína de si mesma!


Mariana Helayel Presidente do PMDB Mulher Rio Bonito/RJ

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