Desde
o surgimento da sociedade patriarcal a mulher é considerada modelo de
fragilidade e incapacidade, pela necessidade de cuidar do lar, do marido e dos
filhos anulando-se completamente. Fomos ignoradas historicamente e as poucas
bravas mulheres que resistiam a este estereótipo, eram consideradas ousadas
demais para época, e em conseqüência de seus atos, profundamente recriminadas.
Já com a chegada do Capitalismo a expressão feminina passou a ser um pouco mais
exercida, pois começou- se a contribuir com a Economia Doméstica e
posteriormente, na Revolução industrial, conseguiram demonstrar alguma força ,
através de sua inserção no mercado de trabalho.
Com
o passar dos anos, a luta se intensificou e a passos muito lentos, temos conseguido
maiores feitos por parte de nossa classe. Somos mulheres,donas de casa, mães,
profissionais, artistas e políticas que tentam a todo custo, manterem-se
equilibradas na corda bamba de uma sociedade ainda machista. Nós, mulheres, não
podemos parar. Temos que dar conta de tudo e por vezes, ficamos
sobrecarregadas. Rotina exaustiva, problemas rondando nossas cabeças, jornadas
sobre-humanas de trabalho! Tanta gente para cuidar que acabamos esquecendo de
cuidar de nós. Nossa saúde pede atenção e embora sejamos heroínas dos nossos
lares, convém lembrar que somos de carne e osso. Sempre há aquela máxima: “Não
é nada, é só uma dorzinha que vai passar.” Ou ainda: “Para de frescura!”
Precisamos
encarar o desafio da prevenção. Temos que tirar o véu do preconceito que a
sociedade insiste em manter e encarar os espelhos da verdade. Dor no peito não
é frescura, depressão não é bobagem, autoexame não é vexatório. Quer um
exemplo? Pois bem! Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de
mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, depois do de pele,
respondendo por cerca dos 25% dos novos casos anualmente. O grande problema é
que apesar da intensidade das campanhas promovidas pelos Movimentos de Apoio à
Prevenção e pelo Ministério da Saúde, muitas mulheres ainda não se previnem. É
como se em meio a tantas necessidades de nos fazermos presentes mais ativamente
no ambiente em que vivemos, acabássemos deixando nossa saúde de lado,
alimentando os tabus que tanto lutamos para desconstruir.
A
verdade é que a mulher contemporânea vive seu maior momento de desconstrução,
pois precisamos quebrar barreiras e jogar por terra esse mito de que tudo deve
vir em primeiríssimo plano, para só então olharmos para o nosso corpo e
percebermos então, os sinais que ele dá. Deixar passar pode ser tarde demais.
Nós é que devemos ficar em primeiro plano! Nossa saúde é prioridade! Todas as
outras coisas podem vir depois.
É
necessário “entrar de peito nessa luta”! Não podemos mais arrumar desculpas
socialmente aceitáveis para deixarmos nossa vida para depois. Nós, mulheres,
temos que “nos tocar” que a prevenção é o início de tudo, pois não poderemos
conhecer grandes coisas se não conhecermos a nós mesmas. O desafio da prevenção
é árduo! Primeiro é imprenscindível que aprendamos a antecipar os riscos,
ensinando às nossas filhas que não é feio olhar e tocar o próprio corpo.
A
mulher que busca autoconhecer-se é heroína de si mesma!
Mariana
Helayel Presidente do PMDB Mulher Rio Bonito/RJ
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