O senador Welinton Fagundes (PR-MT) foi convidado pelo Palácio do Planalto para ser o novo líder do Governo no Senado, em substituição ao senador Delcidio de Amaral (PT-MS) que foi preso na Operação Lava Jato. O senador Welinton está consultando amigos, lideranças políticas, empresariais e institucionais para formar uma convicção se deve ou não aceitar o convite. Fui uma das pessoas consultadas e opinei a favor de que aceite o convite, sob alguns argumentos.
Nada que ele faça como líder pode piorar a situação do governo Dilma Rousseff e do PT, ambos moribundos. Mas qualquer coisa boa que possa fazer ajudará o país a sair desse filme de horror que está vivendo. Segundo, a situação do Congresso Nacional vem piorando junto à opinião pública de forma irreversível. O Senado, dirigido pelo senador Renan Calheiros goza a pior confiança possível da sociedade brasileira.
Contudo, a principal ação que um líder do governo faria, será restabelecer um nível de conversa confiável entre o Palácio do Planalto e toda a esplanada dos ministérios com o Senado Federal. Isso implica num espírito conciliatório. Welinton Fagundes atende a esse requisito. Terceiro, sua relação com o núcleo político do governo será mais sólida do que a atual, porque o governo está de joelhos diante de si mesmo, da economia, da política e da sociedade. O PT também já não será um impedimento dentro do Senado no caminho da relação com o governo, porque também está asfixiado.
Resta ao leitor perguntar que ganhos Mato Grosso terá com a nova posição do seu senador como líder do governo no Senado. Diretamente, não muita coisa porque o governo está com os cofres quebrados. Mas abre-se a possibilidade de incrementar planos para o futuro. Nosso estado está completamente fora dos planos federais, até porque o governo federal não é mais capaz de formular nada duradouro dentro desse ambiente de crises moral, política, econômica e de gestão.
Por sua vez, o senador ganhará uma visibilidade dentro da crise que lhe poderá ser útil nos anos futuros. E, por fim, se tudo der errado ninguém poderá culpá-lo pelos erros, se pegou um cargo cujo titular anterior foi parar na cadeia por prevaricações éticas. A crise faz a ocasião, ensina a sabedoria popular.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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