Mato Grosso está bem no coração de uma revolução que se estende mundo afora como, aliás, foi tratado no artigo de ontem neste espaço. Trata-se de se incorporar aos novos parâmetros de uma Quinta Revolução Industrial que começa a nascer no mundo. Bom lembrar que nos 1980 o escritor norte-americano Alvin Tofler escreveu no livro “A Terceira Onda”, suas idéias concebidas e publicadas no livro anterior “O choque do futuro”. Tofler registrou que a primeira onda foi a agricultura, a segunda a revolução industrial, a terceira a era da informação. A quarta onda será o avanço sobre todos os parâmetros até agora desenvolvidos por essas ondas, principalmente as possibilidades abertas pelas tecnologias que possibilitaram a terceira onda.
Nos anos 1980 Mato Grosso entrava definitivamente na era do agronegócio com as tecnologias vindas da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – Embrapa. Nos anos seguintes essa tecnologia esbarrou em epidemias vegetais como ao cancro da haste e os nematóides atacando as raízes da soja, e grande cultura de então. Faltava tecnologia pra enfrentar essas doenças que dali pra frente matariam no nascedouro o agronegócio no estado. Ela é fruto da ação coletiva de 23 produtores de sementes e soja do estado. Preocupados com o futuro, esses produtores perceberam a necessidade de ter um empreendimento de pesquisa em seus negócios, para que pudessem ter em um espaço curto de tempo soluções para os problemas da sojicultura e variedades produtivas e adaptadas às condições do cerrado.
Nos anos seguintes a Fundação criou sucessivas soluções para um negócio que não se previa tão grande desenvolvendo soluções tecnológicas para aquela agricultura incipiente em tamanha escala como a que hoje alcançou. E serão justamente essas inovações quem colocarão Mato Grosso dentro dessa “Quarta Revolução Industrial”. Sistemas, robótica, máquinas conversando entre si, pesquisas avançadas em todas as áreas dão o tom dos novos tempos próximos. Mas isso não se alcançará sem revoluções menores anteriores capazes de construir essa nova onda.
Há quem diga que somos reféns da China, compradora de commodities alimentares de Mato Grosso. Na verdade, é o oposto. Ela é quem tem 1 bilhão e 400 milhões de pessoas que aumentarão cada vez mais com a política recente do segundo filho. Desde 1979, a política do filho único impediu o nascimento de 400 milhões de chineses. Bocas pra alimentar!
Novos tempos na economia mundial e, por incrível, Mato Grosso está na dianteira dessa nova revolução por conta de suas performances na produção e na inovação. Voltarei ao assunto.
Onofre Ribeiro é jornalista em mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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