Nesta segunda-feira pela manhã tive uma longa agenda de conversa previamente marcada por minha solicitação, com o senador Blairo Maggi, no escritório dele no Grupo Amaggi. Tinha acabado de ler no jornal Valor Econômico matérias falando da Quarta Revolução Industrial que está vindo em todo o mundo, tema sobre o qual escrevi os artigos do último domingo “A Quarta Onda” e de segunda-feira “O agronegócio e a Quarta Onda”. A ideia do encontro com o senador Blairo Maggi seria resgatar a sua visão de futuro do agronegócio, das tecnologias usadas no campo, a quarta onda e os caminhos futuros de Mato Grosso. Aproveitaria sua experiência como empresário de um dos maiores grupos no Estado, a de governador por dois mandatos e a de senador.
Nossa conversa foi longa e discorreu do campo aos cenários do mundo, terminando, obviamente, na política nacional do momento e nos cenários que ela aponta pro futuro. Antes, porém, gostaria de situar o leitor. Minha relação com Blairo Maggi começou em 1994, com 38 anos, em Rondonópolis no pequeno escritório da empresa Amaggi. Depois, a seu convite passamos uma semana na casa da família no distrito de Sapezal, que tinha apenas algumas ruas empoeiradas. A casa da família era de madeira, no local onde era e ainda é o aeroporto local. Na época era uma modesta casa de madeira com uma aconchegante área de comer e tinha uma churrasqueira, uma grande mesa de madeira e o lugar ideal pra longas conversas.
No tempo em que fiquei lá conversávamos todos os dias até tarde da noite sobre política, a história de Mato Grosso passada, presente e, principalmente, o futuro. Bom lembrar que a primeira grande safra de soja do estado foi naquele ano: 3 milhões e meio de toneladas, com uma produtividade média de 22 sacas por hectare. Hoje alcança as 75 com relativa facilidade. Desde então desenvolveu-se um mundo enorme de tecnologias. Hoje uma semente de soja, antes de ser uma semente, é um conteúdo enorme de tecnologias e de conhecimentos. Nossas conversas eram muito ousadas para a época e me lembro de falarmos que no futuro próximo pessoas de “olhos azuis” chegariam à política. O termo era uma referência aos migrantes chegados ao estado a partir de 1973.
Lá conheci o patriarca André Maggi, Luiz Antonio Pagot, ainda um jovem, as irmãs de Blairo, e Itamar, cunhado. A entrevista desta segunda-feira pretendeu percorrer esse caminho desde 1994 até hoje e daqui para um futuro possível de ser projetado. O tema segue nos dois próximos artigos.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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