O fracasso da governabilidade da presidente Dilma é o maior obstáculo para se fazer negócios no Brasil em 2016. O alerta é do Fórum Econômico Mundial que, na próxima quarta-feira (20), inicia seu evento anual na estação de esqui de Davos, na Suíça. Em informe publicado, nesta quinta-feira (14), sobre os maiores riscos globais para o ano, a entidade apontou para a crise política brasileira e para a corrupção.
De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo, em uma pesquisa realizada com 13 mil empresários, 60% deles indicaram o “fracasso da governabilidade” como o maior risco para se fazer negócios no país hoje. O índice supera aqueles que consideram a falta de água ou de infraestrutura como os maiores problemas.
A comparação com a avaliação para outros países comprova o problema criado pelo governo Dilma. A questão da falência da administração pública no mundo aparece apenas como o quarto maior risco, apontado como problema para somente 27% dos 13 mil entrevistados. Os maiores riscos globais, conforme Davos, seriam a imigração e mudanças climáticas em 2016.
Segundo a pesquisa, o risco se refere à “incapacidade de governar uma nação, o que é a causa ou resultado de fatores como um fraco estado de direito, corrupção, comércio ilegal, crime organizado, impunidade e impasse político”. Na avaliação de Davos, o “fracasso na governança mina a competitividade dos países, a criação de empregos e o desenvolvimento econômico”. O levantamento aponta ainda que empresas são obrigadas a lidar com riscos adicionais ao operar em países com uma administração fraca: um ambiente imprevisível e seguir padrões, quando o próprio governo não segue os seus.
Infraestrutura
De acordo com a pesquisa, outro obstáculo brasileiro e latino-americano é a situação da infraestrutura, considerada ainda como inadequada. Conforme Davos, novos investimentos no setor poderiam “estimular a economia e fortalecer a resistência da região a riscos globais”. Além disso, a queda nos preços de commodities também se apresenta como um risco em uma região que tem suas exportações baseadas em minérios, petróleo ou produtos agrícolas. A economista-chefe de Davos, Jennifer Blanke, ouvida pelo Estadão, alertou que o Brasil desperdiçou a chance de fazer reformas enquanto existia um “boom nos preços de commodities”.
Conforme ainda matéria do Estadão, a presidente Dilma Rousseff era uma das pessoas mais aguardadas no fórum neste ano, já que parte dos 2,5 mil empresários esperava ouvir da petista o que ela pretende fazer para restabelecer a confiança no governo petista. No entanto, a petista acabou cancelando sua viagem. O governo será representado pelos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Eduardo Braga (Minas e Energia), além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Mais de 50 chefes de governo ou Estado estarão no evento.
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