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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"ARTIGO : Carnaval na rua"

A nova cara do Brasil está se revelando lentamente. Ora aqui, ora ali. O carnaval deste ano mostrou um pouco da nova cara deste Brasil que esboça o pós-PT. Vou enumerar alguns pontos:
            1 – fui jurado no carnaval de blocos de rua em Acorizal. Aceitei o gentil convite e imaginava uma coisa e encontrei outra. Um baita desfile perto de três mil enchendo a avenida principal da pequena cidade. A mesma coisa se deu em Chapada dos Guimarães, pelo que soube. Muuuuuuita gente na rua, dançando, andando, desfilando, bebendo cerveja e rindo. Poucas brigas. Houve uma certa confraternização. Em Acorizal percorri a avenida junto com o desfile e depois no palanque tive a chance de observar longamente as atitudes das pessoas. Uma atitude social que não conhecia.

            2 – no Rio de Janeiro onde os cordões de rua sempre foram uma tradição que morria ano após anos, em 2016 teve 501 blocos desfilando pela cidade em bairros, no centro e avenida de Copacabana. Em São Paulo, as escolas de samba que resumiam  o carnaval paulista, dividiram o espaço com os blocos de rua. O mesmo se deu em Belo Horizonte, no Nordeste.
            3 – as escolas de samba do Rio de Janeiro, pressionadas pela falta de dinheiro reduziram o luxo e desfilaram do jeito que deu. Na Avenida Marquês de Sapucaí, as arquibancadas vazias do Sambódromo indicaram que alguma coisa não vai bem no país e não vai bem com as pessoas. Falta de dinheiro e desânimo até com a alegria tradicional. Os blocos de rua compensaram a um custo muito menor.
            Algumas coisas estão mudando no Brasil. Mesmo sendo uma atração turística, as escolas de samba não emocionaram, porque elas representavam uma cara da alegria de plástico de um carnaval feito pra ganhar dinheiro. No fundo surge aos poucos uma percepção popular de que aquelas milhões gastos em plumas de todas as cores não representam a alegria de ninguém.
            Mas, no fundo, tem uma coisa mais grave que ouso lançar aqui e espero que os leitores me corrijam. Uma nova linguagem de rua substitui a velha linguagem do desfile pronto onde restava ao cidadão-financiador apenas bater palmas e ir dormir cansado de tanto esperar pela passagem das escolas de samba. É uma linguagem de certo modo política porque contém ingredientes críticos. Então, a crise de moralidade provocada pelo governo e pelos partidos políticos está servindo pra alguma coisa: as pessoas começam a se reconhecer como massa. Já os reflexos disso na política e nas eleições municipais deste ano, é assunto pra outra conversa.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com    www.onofreribeiro.com.br

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