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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"Segundo maior lago da Bolívia desaparece"

Imagens dos últimos três anos revelam evaporação do Poopó. Agência europeia aponta mudanças climáticas, El Niño e retirada de água para mineração e agricultura como responsáveis pelo desastre.
A Agência Espacial Europeia (ESA) comprovou por meio de imagens de satélite o desaparecimento do segundo maior lago da Bolívia. As fotografias mostram a evaporação completa dos 3 mil quilômetros quadrados do lago Poopó. Especialistas apontam as mudanças climáticas e o fenômeno El Niño como fatores que contribuíram para o desastre.
Fotografias tiradas em 27 de abril de 2014, 20 de julho de 2015 e 22 de janeiro deste ano mostram a redução e o desaparecimento da água do lago, localizado na Cordilheira dos Andes e o maior do país depois do Titicaca.
"Embora não seja a primeira vez que o Poopó evaporou (a última foi em 1994), há o temor de que leve muitos anos para que ele se recomponha, se isso realmente ocorrer", afirmou a ESA.
O lago é um ponto de parada de aves migratórias, além de ser fonte de água para espécies de animais ameaçadas de extinção, como a suçuarana-sul-americana-do-norte, uma subespécie de puma.
A ESA aponta as mudanças climáticas associadas com a seca causada pelo fenômeno El Niño como alguns dos fatores responsáveis pela evaporação. A retirada de água de rios que abastecem o Poopó, para a mineração e agricultura, também contribuíram para acentuar o desastre.
O governo boliviano havia anunciado em dezembro do ano passado o desaparecimento do lago. Na época, fora aprovada uma declaração de desastre natural que permitia acelerar o uso de recursos para diminuir os impactos da catástrofe. O fenômeno foi confirmado cientificamente pela agência espacial somente nesta segunda-feira (08/02), após a avaliação de imagens.
"Os pescadores locais perderam seu meio de sustento, e o ecossistema do lago se mostra extremamente vulnerável", afirmou a ESA. A Bolívia estima que serão necessários cerca de 114 milhões de dólares para salvar o Poopó.

Imagens foram tiradas em 2014, 2015 e 2016

CN/efe/epd/ots

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