Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

"Com obstrução da oposição, votação de projeto sobre acordo de leniência é adiada"

Por conta de obstrução da oposição, foi adiada mais uma vez, nesta quarta-feira (24), a votação do projeto de lei sobre acordo de leniência (PL 3636/15, do Senado), na comissão especial que analisa a matéria.
O deputado Caio Narcio (PSDB-MG) pediu verificação de quórum já na votação da ata, os partidos DEM e PSDB entraram em obstrução, e o número mínimo de deputados para apreciar matérias não foi atingido.
Já aprovado pelo Senado, o projeto permite que o Ministério Público e a Advocacia Pública façam acordo de leniência com empresas acusadas de corrupção. Semelhante à delação premiada, o acordo de leniência é celebrado com empresas que colaborem com as investigações, em troca de terem as sanções atenuadas.

O parecer do relator, deputado André Moura (PSC-SE), prevê que as empresas que celebrem o acordo devolvam o dinheiro desviado aos cofres públicos e paguem multa, embora reduzida, mas penaliza principalmente os dirigentes das empresas.
Impunidade 
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou que a oposição usará de todos os meios regimentais para não concluir a votação do parecer, que é criticado por ele: “Que acordo é este, acordo de impunidade? Nós não podemos aceitar esse tipo de coisa. Embora a corrupção tenha sido praticada por uma pessoa física, quem respaldou a ação da pessoa física é a pessoa jurídica. Portanto, a pessoa jurídica tem que pagar multa,” disse.

Fraga defende que o assunto seja discutido no âmbito da Medida Provisória 703/15, enviada pelo governo ao Congresso no final do ano passado, e que trata do mesmo assunto. A medida será analisada por comissão mista de deputados e senadores, e também será relatada pelo deputado André Moura.
O relator explica que a diferença entre as duas propostas é que a MP não trata de aspectos penais da punição dos empresários, por isso o projeto continua sendo necessário.
Emprego
Para André Moura, não procede o argumento da oposição de que a proposta protege as empresas envolvidas na Operação Lava Jato, e é necessário preservar o emprego no País: “Feito o acordo de leniência, as empresas, pagando a multa e fazendo o ressarcimento do dano ao erário público, logicamente podem perfeitamente voltar a trabalhar com o poder público. A nossa preocupação aqui, no relatório, é preservar o emprego, no momento de crise que o Brasil atravessa,” afirma o deputado.

Segundo o relator, se as grandes empresas envolvidas em denúncias de corrupção fechassem, o desemprego aumentaria no País. Na visão do parlamentar, a obstrução da oposição é política, e não técnica. “A oposição trabalha com a lógica de quanto pior para o País, melhor para a oposição, na ordem política”.
Reportagem - Lara Haje 
Edição - Marcia Becker

Nenhum comentário:

Postar um comentário