Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) no escritório do pecuarista e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, em Campo Grande (MS), reforçam a tese de que ele bancou parte da reforma do sítio usado por Lula e seus familiares em Atibaia (SP). Na documentação, uma planilha com fornecedores de Bumlai trouxe o nome da empresa Fernandes dos Anjos & Porto Montagens de Estruturas Metálicas, vinculada a pagamentos que chegaram a R$ 550 mil.
Para o deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), fica cada vez mais evidente a relação do ex-presidente com operações “fraudulentas” e “corruptas”. “Chama atenção que membros do PT estejam sempre envolvidos onde há um escândalo financeiro. Fica claro para nós que o Lula utilizou e se beneficiou de reformas feitas por empresas envolvidas na Petrobras”, afirmou.
Reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (5) destacou que, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, um representante da Fernandes dos Anjos & Porto Montagens disse ter recebido R$ 40 mil de Bumlai por serviços nas obras do sítio.
De acordo com a publicação, escrituras de compra e venda das áreas que compõem o sítio também relacionam o imóvel ao ex-presidente. A aquisição do local foi formalizada no escritório do empresário Roberto Teixeira, amigo de Lula. O imóvel, que custou R$ 1,5 milhão, foi pago pelo filho do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, Fernando Bittar, e pelo primo do ex-senador Ney Suassuna, Jonas Suassuna, ambos sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente.
Segundo Moreira, os indícios de envolvimento em esquemas suspeitos são provas de que as investigações devem prosseguir. “É uma coisa escandalosa que tem que ser apurada até o fim. Nós apoiamos toda investigação e desejamos que vá até as últimas consequências. A justiça tem que ser para todos, inclusive para o ex-presidente, com esse envolvimento que já está muito claro”, reiterou.
O sítio usado por Lula e sua família é investigado pela Operação Lava Jato sob suspeita de ter sido reformado a mando das empreiteiras OAS e Odebrecht, que tiveram ex-executivos condenados na Justiça por envolvimento no esquema de desvios e de propinas da Petrobras. A reforma na propriedade teve início em outubro de 2010, quando Lula estava no fim de seu segundo mandato como presidente.
GNEWS
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