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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

"Pesquisa e conscientização são ‘armas’ contra Aedes aegypti; “é o maior desafio do Brasil”, diz senador de MT"

O Brasil tem ‘armas’ disponíveis na batalha contra o Aedes aegypti, mas investir em mais pesquisa para ganhar a luta é essencial. Essas são algumas das conclusões apresentadas por especialistas e senadores durante audiência pública promovida nesta quinta-feira (18) pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e Senado do Futuro (CSF). Para o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que propôs o debate, o país está diante do “maior desafio da saúde pública das últimas décadas”.
 
Atualmente, segundo os debatedores, para combater o mosquito, o Brasil conta com pesquisas de  bioinseticidas, mosquitos geneticamente modificados e bactérias que infectam insetos. Mas, segundo eles, são necessários investimentos em pesquisa. Além disso, defendem que o país estimule parcerias entre universidades, instituições de pesquisa e empresas.
 
Também é fundamental a continuidade dos métodos tradicionais de combate ao inseto, e mais ainda: a promoção permanente de ações e campanhas contra o mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunha.
 
O presidente da Comissão Senado do Futuro e outros participantes do debate, como a presidente da CRA, senadora Ana Amélia (PP-RS), criticaram o relaxamento das medidas de contenção do mosquito nos últimos anos, o que teria levado à multiplicação de casos de dengue. Problemas de saneamento básico também foram levantados: “Precisamos de uma política constante não só hoje, mas de médio e longo prazo de combate ao mosquito” — disse Wellington.

Líder do PR no Senado, o senador republicano destacou que a situação é muito crítica. Em Mato Grosso, passaram de 29 mil registros de dengue em 2015 – um aumento de 150% comparado a 2014. “A minha cidade de Rondonópolis figura em primeiro lugar no ranking estadual de casos suspeitos de microcefalia, com 63 notificações. Os demais Municípios atingidos são Cáceres, Mirassol, Cuiabá, Alto Garças, Curvelândia, Glória do Oeste, Itiquira, Pedra Preta, São José do Povo, Barra do Garças, Jaciara e tantos outros” – alertou.
 
Durante a audiência, a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat, apresentou o Inova-Bti, uma nova geração de bioinseticidas. De acordo com ela, o produto é capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti – transmissor de dengue, febre chicungunha e zika - sem prejudicar a saúde das pessoas e dos animais domésticos. Todos os testes laboratoriais e de eficácia já foram concluídos pela Embrapa, mas o produto precisa ainda ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser produzido em larga escala.
 
Este é o segundo inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa com o objetivo de combater as larvas do mosquito. Desde 2005 está no mercado o Bt-horus - feito em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia. Segundo Rose Monnerat, ambos os produtos são eficazes contra o mosquito.
 
O Bt-horus foi usado pela primeira vez em 2007 em São Sebastião, no Distrito Federal, em uma campanha que uniu a Embrapa, o governo distrital e a população local no combate ao mosquito transmissor da dengue.
 
Os resultados, de acordo com a pesquisadora, foram excelentes: o índice de infestação na região, que era de 4% caiu para menos de 1%, considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  Ela enfatizou, contudo, que o produto em si não resolve o problema: É preciso engajar a população no combate ao vetor das doenças: “A vantagem do produto é que é específico para matar a larva do mosquito. Ele tenta equilibrar uma praga que está desequilibrada, mas não é só o produto. É preciso trazer a população para perto. Fazer campanhas” — apontou.
 
Esforço conjunto - Para João Manuel Cabral, chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a audiência pública promovida pelo Senado deixa claro que ferramentas contra o mosquito transmissor da zika existem, mas falta uma conjugação de esforços de forma coordenada.
 
Para Bergmann Morais Ribeiro, pesquisador da Universidade de Brasília, é preciso atacar o mosquito em várias frentes. Além do uso de bioinseticidas, ele defendeu o uso de mosquito transgênico e de uma bactéria como armas contra o zika. Ele mencionou o sucesso de testes com o mosquito transgênico, tecnologia da empresa britânica Oxitec. A fêmea fecundada pelo inseto geneticamente modificado produz um ovo infértil. A técnica teria conseguido reduzir em mais de 80% a quantidade de larvas do mosquito Aedes aegypti espalhadas por um bairro de Piracicaba (SP). Outros testes já foram feitos no Brasil e no mundo.
 
O uso de uma bactéria - Wolbachia - também foi exaltado por Ribeiro. Essa técnica faz com que ovos de mosquitos fêmeas infectados não choquem. Mas é preciso dinheiro para desenvolver as tecnologias: “As várias balas de prata vão aparecer e você pode atacar em várias frentes. Mas precisamos de apoio, de editais competitivos e direcionados para trabalhar com Aedes” — argumentou.
 
O diretor-Presidente do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Florindo Dalberto, elogiou as iniciativas e defendeu o estímulo a parcerias entre instituições públicas de pesquisa, empresas e setor produtivo no combate ao mosquito. 

(da Assessoria/Com Agência Senado)
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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