Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

quinta-feira, 9 de junho de 2016

"ARTIGO : Eficiência pública"

Não se pode debitar somente ao governo Pedro Taques os erros que levaram o estado à atual crise financeira e de gestão. Ele comeu mosca em 2015 e deixou passar algumas correções que seriam inevitáveis. Mas a essência dos erros vem de trás e está bem explicada no trabalho “Mato Grosso 2016 – Reprogramação Estratégica do Desenvolvimento do Estado”, contratado em 2012 pela Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, ao economista Paulo Rabello de Castro. O estudo foi entregue ao governador Silval Barbosa como contribuição e foi ignorado. Se aproveitado, a crise atual da despesa versus arrecadação estaria resolvida desde então. Na Assembléia Legislativa o estudo incluiu a produção de um projeto de lei sobre a eficiência da gestão do estado defendida pelo ex-deputado José Riva. Mas não andou.

O estudo contempla quatro pontos a respeito do estado de Mato Grosso: os pontos fortes, os pontos fracos, as ameaças e as oportunidades. Os pontos fortes são o “crescimento chinês” do PIB na última década. Média de 7,1% ao ano. Um fenômeno no país. Porém, o ponto fraco e preocupante é que a despesa pública vem crescendo e se deteriorando muito mais do que a arrecadação de impostos. A taxa das despesas tem crescido a razão de 17% ao ano, com um foco não no desenvolvimento econômico, mas dentro da própria estrutura do governo: salários, dívidas, repasses aos poderes. Na ponta, uma péssima infraestrutura que acabou ficando com míseros 3% de investimentos dentro do orçamento governamental no ano.

O estudo revela que as despesas com pessoal estavam caminhando pra se tornarem insustentáveis. Em 2016 ficaram! Cresceram 17% anual em média desde 2005. De lá pra cá os efeitos na indexação da RGA pelo INPC em 2009, gerou o suicídio das contas públicas. No mesmo período a arrecadação de ICMS cresceu só 12,2%. Portanto, o déficit vem se acumulando. Em 2015 o governador deveria ter percebido a defasagem e posto o pé no freio das despesas com pessoal.

De agora pra frente não poderá mais trabalhar sem uma calculadora na mesa e com mudanças na lei que fixou o INPC como indexador. Sob pena de não sobreviver às futuras crises.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário