Serão feitas seis perfurações entre a garagem coberta do Anexo 4, usada pelos deputados, e o estacionamento funcional situado logo atrás, a mesma área onde o edifício será construído. O objetivo da prospecção é pesquisar o subsolo que vai abrigar as fundações e os andares subterrâneos do novo anexo. O resultado da sondagem será incorporado à licitação da obra.
A licitação será na modalidade convencional. A obra tem custo estimado de R$ 320 milhões e previsão de quatro anos para conclusão, a partir da contratação.
Recursos
Os recursos para a obra existem desde 2007, quando a Câmara transferiu a administração da folha salarial dos seus servidores para o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Na época, foram arrecadados cerca de R$ 202 milhões, já com o objetivo de custear reformas na Casa. Desde então, o dinheiro está guardado na Conta Única do Tesouro Nacional, rendendo juros segundo uma sistemática definida pela legislação.
Ao lado do diretor-geral da Câmara, Romulo Mesquita, o deputado Beto Mansur disse que a Câmara já está negociando a renovação do contrato com os bancos, o que deve gerar mais recursos para o empreendimento. Ele fez questão de ressaltar que o anexo será construído com dinheiro da Casa. Não haverá ingresso de recursos do orçamento da União.
“Temos um recurso que é nosso, que está no Tesouro [Nacional]. É um dinheiro suficiente para fazermos a obra e específico para isso. Vamos começar a construir com as nossas próprias pernas”, disse. “Temos a cabeça no lugar. Não vamos ficar buscando dinheiro que não seja o dinheiro exato da Câmara”.
Alex Ferreira
Mansur: Licitação para a construção do Anexo 4B pode sair no segundo semestre
Ele explicou que a construção do anexo é necessária porque o espaço atual não atende as necessidades da Câmara, que chega a receber 30 mil pessoas por dia em dia de votação. Além de desafogar os locais hoje congestionados, o prédio vai permitir remanejamentos. Por exemplo, o anexo terá um auditório no térreo com 665 lugares que pode ser eventualmente usado como Plenário do Congresso Nacional.
Beto Mansur espera que a licitação para a construção do Anexo 4B saia no segundo semestre. Antes, porém, a Câmara terá que realizar uma audiência pública para apresentação do projeto à sociedade, uma exigência da Lei de Licitações. Também necessitará do aval do governo do Distrito Federal. Como as edificações que compõem a Câmara dos Deputados são tombadas pelo Patrimônio Histórico, qualquer intervenção exige autorização de órgãos locais e federais. “Só vamos soltar [edital] quando tivermos todas as autorizações”, disse.
Características
O prédio será um edifício horizontal com três pavimentos acima do solo (térreo, 1º e 2º andares), um pavimento inferior (no mesmo nível da esteira rolante que liga os Anexos 2 e 4), e seis subsolos, dos quais cinco serão usados para garagem e o último para abrigar reservatórios de água, esgoto, entre outros equipamentos. O anexo terá 122 gabinetes que serão ocupados pelos deputados que hoje estão no Anexo 3, salas para reunião, um restaurante e um café.
O projeto arquitetônico foi elaborado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (já falecido) em coautoria com engenheiros e arquitetos da Câmara; de lá para cá sofreu algumas alterações para adaptar as obras às normas de segurança e acessibilidade, entre outras. No total, o anexo terá 120,8 mil metros quadrados de área construída. Os cinco andares de estacionamentos, com 1.957 vagas, representam a maior parte dessa área, por exigência da legislação vigente.
Reportagem - Janary Júnior
Edição – Luciana Cesar
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