Líder do PR no Senado participou do Seminário Internacional “Brasil-Holanda”.
Presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem (Frenlog), o senador Wellington Fagundes (PR-MT) defendeu nesta terça-feira, 28, ações para redução do custo logístico, em defesa da competitividade. Ao participar do Seminário Brasil-Holanda - Modelos Inovadores em Logística”, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, ele também criticou o sistema tributário atual, que classificou como sendo “perverso” e que “influencia diretamente” no desenvolvimento do setor.
Na presença do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e operadores internacionais de logística, Wellington afirmou que é urgente e necessário ‘desentravar’ as concessões, e desenvolver com eficiência a política nacional de transportes do país. “Nessas duas vertentes, seguramente, o Brasil será recolocado no caminho da construção de uma boa infraestrutura” - disse.
Em seu pronunciamento na abertura do evento, lembrou que o Brasil tem capacidade de produzir mais e em maior quantidade e qualidade, figurando como potência perante as nações “se as necessidades no campo da logística forem supridas”. Ele citou o exemplo de Mato Grosso, “conhecido mundialmente como grande produtor e exportador de soja e outros produtos”.
Fagundes observou que “muito se fala que o Brasil erra ao priorizar o escoamento da safra de soja e outros grãos por meio de rodovias”, por ser um modal caro, demorado e perigoso. Mas, em sua opinião, não basta apenas conceder ferrovias, portos e rodovias, sem também debater a questão do “custo logístico”, ou seja, a soma do custos de transporte, transbordo e armazenagem, além dos gastos portuários e com a tributação.
Ele destacou como exemplo a problemática da armazenagem, que se torna cara dada a escassez de silos e a ausência de padrão na forma de tarifar o serviço. “Cada armazém tem seu método de cobrança, que pode ser diário, semanal ou quinzenal, o que prejudica o planejamento do tomador do serviço. É só um exemplo!” – comentou.
Para o líder do PR no Senado, no entanto, “de todas as parcelas que compõem o ‘custo logístico’ nacional, a que mais assusta é a relativa aos custos tributários. Segundo ele, o sistema tributário “é perverso por si só” e seu conserto representa um grande desafio para a Nação. Para justificar a importância desse componente, Wellington apresentou dados do estudo “Custos Logísticos Agroindustriais”, produzido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais da Universidade Federal de São Carlos, que chega a uma conclusão, segundo ele, “sombria”, qual seja: o peso da tributação é tão severo para a logística que torna a opção pela intermodalidade a mais cara de todas.
Isto é: no Brasil, de acordo com os estudos, é mais barato transportar a produção de soja do Mato Grosso para os portos exclusivamente por rodovias, apesar de todas as suas conhecidas desvantagens. “Na ponta do lápis – ele citou - combinar estrada com hidrovia e ferrovia é tão dispendioso que praticamente inviabiliza a opção, e a culpa maior vem justamente do nosso sistema tributário”.
O republicano afirmou taxativamente ser necessário atuar para inverter essa lógica atual. “Até para que o desequilíbrio logístico que o Brasil tem - calcado no modal rodoviário - seja suprimido, dando lugar à intermodalidade, essencial em qualquer meio logístico do mundo” - pregou.
Como parlamentar envolvido na defesa da logística eficiente como forma de redução de custos a partir da competitividade, Wellington se disse na obrigação de enfatizar o drama da infraestrutura brasileira. E arrematou: “A regra é simples! Não nos iludamos: o Brasil dificilmente vai crescer sem uma logística eficiente, sem uma infraestrutura eficiente, sem aeroportos eficientes. Sem portos eficientes e também sem rodovias eficientes”, concluiu.
Da assessoria
Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
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