Quase mil soldados ocupam a Rocinha, comunidade em zona nobre da cidade que há uma semana vive guerra entre facções pelo controle do tráfico, sem que a PM consiga freá-la. O Rio de Janeiro voltou a recorrer às Forças Armadas para frear a violência, desta vez para tentar pôr fim aos tiroteios em sua maior favela, a Rocinha, comunidade de mais de 100 mil habitantes tida como "pacificada" pelo governo, mas que há sete dias vive uma guerra de facções pelo controle do tráfico.
O espaço aéreo no entorno da favela foi fechado pela Aeronáutica. Rossatto disse que, diferentemente das outras ações das Forças Armadas no Rio, desta vez as tropas estão atuando nos acessos à comunidade e no seu entorno, na vegetação de mata fechada, com o uso de helicópteros para desembarcar homens do Exército treinados para fazer o reconhecimento, e militares para auxiliar a comunicação da operação. O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou que os criminosos estão, em sua maioria, abrigados na mata, mas como a Rocinha é muito grande, eles podem estar escondidos também em casas na comunidade. Ele garante que a cidade "não está em guerra". O Exército já está no Rio desde julho, numa tentativa de frear a onda de violência na cidade, em meio à grave crise econômica que o estado atravessa. As tropas federais vão ficar na Rocinha por tempo indeterminado. É a primeira vez que os militares ingressaram em uma favela desde a criação da força-tarefa entre forças estaduais e tropas federais neste ano. A Rocinha é considerada estratégica para os traficantes - por sua posição entre duas zonas nobres da cidade e por suas ruas estreitas e densa mata no alto do morro, que facilitam fugas em caso de invasão.
A favela vive um clima de guerra desde o último domingo, quando o grupo liderado pelo traficante Nem da Rocinha, que está preso, entrou na comunidade para retomar os pontos de venda de drogas. Desde então, trocas de tiros acontecem diariamente e semeiam o terror entre os cariocas. Mesmo ocupada pelo Exército, a Rocinha continuou a registrar tiroteios durante a madrugada de sexta para sábado.
RPR/ots/cp
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