Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

"Câmara aprova política nacional para a busca de pessoas desaparecidas"

A proposta prevê o desenvolvimento de programas de inteligência e de articulação entre órgãos de segurança pública desde o desaparecimento até a localização da pessoa. O texto, que também determina a reformulação do atual cadastro de desaparecidos, segue para o Senado.
Gustavo Lima
Eliziane Gama
A deputada Eliziane Gama, relatora da proposta
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (9) a criação da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PL 6699/09), com a previsão de ações articuladas e a reformulação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. O tema segue agora para análise do Senado.

O texto aprovado é o relatório da deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que ampliou o objetivo da proposta original, limitada à criação de um cadastro, e juntou temas tratados em outras propostas apensadas.

A proposta prevê o desenvolvimento de programas de inteligência e de articulação entre órgãos de segurança pública desde o desaparecimento até a localização da pessoa; sistemas de informação e comunicação entre os órgãos e de divulgação de informações sobre desaparecidos.

O programa prevê investimento em pesquisa e desenvolvimento e capacitação de agentes públicos, e o governo deverá criar redes de atendimento psicossocial aos familiares de pessoas desaparecidas.
Eliziane Gama destacou que a localização de pessoas desaparecidas depende da ação imediata das autoridades de segurança logo nas primeiras horas. “Para isso, estamos propondo uma unidade de forças. A Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas não vai se ater apenas a esse cadastro. É necessária uma ação sincronizada que envolva vários órgãos”, afirmou.
O Brasil já dispõe de um cadastro, inicialmente destinado a crianças e adolescentes desaparecidos (Lei 12.127/09). Coordenado pelo Ministério da Justiça, hoje também inclui adultos.
Os dados, segundo Eliziane Gama, não são suficientes para a investigação, além de outras falhas. “O que temos visto com muita frequência? O cadastro está lá. Às vezes, a família até encontra a pessoa, mas o nome continua no cadastro, como se ainda estivesse desaparecida”, criticou.
Reformulação
Pela proposta aprovada, o atual Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas será reformulado. Deverá ter dados públicos de livre acesso e outros restritos a órgãos de segurança – como material genético, por exemplo. As informações deverão ser padronizadas e alimentadas por todas as autoridades de segurança pública competentes para a investigação.

Hospitais, clínicas e albergues, sejam públicos ou privados, devem informar às autoridades o ingresso ou cadastro em suas dependências de pessoas sem a devida identificação. Para ajudar na localização, o governo poderá promover convênios com emissoras de rádio e televisão para a transmissão de alertas urgentes de desaparecimento.
Procedimentos
O texto aprovado determina ainda que, ao ser informada de desaparecimento, a autoridade incluirá todos os dados no cadastro nacional. Os dados também serão inseridos em outros bancos de dados como a Rede de Integração Nacional de Segurança Pública ou outro sistema nacional.

A proposta autoriza à autoridade de segurança pública, depois de autorização judicial, acesso a dados de aparelho de telefonia móvel se houver indícios de risco à vida do desaparecido. Se envolver criança, adolescente ou vulnerável, a investigação começará imediatamente após a notificação, sem a necessidade de esperar qualquer prazo para configurar o desaparecimento.
Relatório anual
O texto aprovado também prevê a realização de um relatório anual com as estatísticas sobre os desaparecimentos e casos solucionados. O deputado Delegado Edson Moreira (PR-MG) destacou que a troca de informações é importante para a localização de pessoas desaparecidas.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) lembrou que o Fórum Nacional de Segurança Pública registrou, entre 2007 e 2016, mais de 700 mil ocorrências de desaparecimento. “Estamos votando uma ferramenta para enfrentar essa situação”, disse.
Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Ralph Machado

Nenhum comentário:

Postar um comentário