Senador afirmou, durante sabatina, que muitos acreditaram e investiram na nova matriz energética, mas o fornecimento é incipiente, causando prejuízos diversos. A Usina Termelétrica “Mário Covas”, em Cuiabá, está com suas atividades paralisadas por falta de gás e sem previsão para voltar a funcionar, “fato que causa prejuízos à empresa e aos que investiram no uso dessa matriz energética a partir do Gasoduto Brasil-Bolívia”. A situação da usina foi mostrada nesta terça-feira, 7, na Comissão de Infraestrutura, pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), durante sabatina de Waldyr Barroso para a diretoria da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Wellington cobrou de Waldyr uma atuação mais firme da ANP para a solução da questão envolvendo a usina. Ele ressaltou que a termelétrica é estratégica para a segurança energética nacional e considerada essencial para preservar água nos reservatórios das hidrelétricas. O republicano defendeu um esforço conjunto de todos os organismos ligados ao tema, tais como Ministério de Minas e Energia, Petrobras, Aneel, Eletrobrás e a própria ANP. Com capacidade para produzir 480 megawatts/hora de energia, a Termelétrica de Cuiabá foi projetada para receber o gás da Bolívia. Na época de sua implantação, lembrou o senador, muito se falou que a unidade iria promover o desenvolvimento da região e também, principalmente, que iria ofertar energia mais barata. “Houve muitos investimentos, de donos de veículos a empresários, industriais, mas o que se vê hoje é uma forma incipiente, quase nada de fornecimento” – destacou Wellington. A usina foi construída pela norte americana Enron, que posteriormente negociou a unidade com a Âmbar, controlada pelo grupo J&F. O imbróglio envolve a Petrobrás que, em junho, rompeu o contrato de fortalecimento da matriz energética, alegando que a controladora reconheceu pagamentos indevidos a agentes públicos em delação premiada dos controladores da JBS. Segundo informações divulgadas pela imprensa, as negociações entre as partes estão avançando e uma solução deve sair em breve. A ideia é buscar uma saída que se encaixe nas regras de governança da estatal. As negociações fazem parte de um esforço do governo para tentar retomar operações em térmicas que estão paradas e minimizar os efeitos da estiagem prolongada nos reservatórios das hidrelétricas. “Precisamos de uma solução. Essa usina está lá parada há muito tempo e precisa de uma intervenção. No Brasil se fala em construir novas termelétricas enquanto temos uma pronta em Cuiabá e que não funciona. Não podemos mais continuar penalizando quem investe no desenvolvimento, quem acredita e gera emprego. Daí o meu apelo” – disse o senador, que pediu encaminhamentos breves por parte do indicado para a diretoria da ANP. OUTRAS USINAS – Ex-ministro das Minas e Energia, o senador Eduardo Braga corroborou com as cobranças do senador Wellington Fagundes. Enfatizou que o Brasil vive neste momento um grande dilema quanto a colocar as termelétricas em funcionamento, e destacou que a Usina Mário Covas é a que tem uma das melhores performances do país. “Isso tem impacto até mesmo na tarifa que o consumidor paga” – observou o senador.Além da Termelétrica Mário Covas, segundo Braga, também se encontra paralisada por falta de combustível a Usina Termonorte (Rondônia). A Usina Mauá III (Amazonas), por sua vez, já se encontra comissionada em condições de comercialização e o Linhão de Tucuruí (Macapá-Manaus) pronto para distribuir energia. Porém, há entraves “exatamente no momento em que os reservatórios estão colapsados”, finalizou o ex-gestor.
Da Assessoria
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