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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

"ARTIGO: ASSUMINDO RESPONSABILIDADES EM TURISMO"

Resultado de imagem para Mariana Aldrigui é professora e pesquisadora na área de turismo da Universidade de São PauloO uso da expressão “turismo sustentável” é tão frequente que, muitas vezes, seu real significado se oculta atrás do desgaste. Todos os produtos são sustentáveis, todos os hotéis têm políticas de sustentabilidade, todas as empresas atendem às normas vigentes e assim seguimos, sem refletir adequadamente. Há cerca de 20 anos, no entanto, a expressão “turismo responsável” foi apresentada à comunidade de pesquisadores de turismo e empresários mais envolvidos em discussões sobre as mudanças necessárias no setor, e foi adotada como uma alternativa mais adequada em função de seu enfoque e pretensão. Turismo responsável é aquele em que o indivíduo toma para si a responsabilidade de colocar em prática os pilares da sustentabilidade, de forma equilibrada, e se compromete a informar mais pessoas sobre a necessidade de ações responsáveis. Este indivíduo pode ser o turista visitando um novo destino, mas também pode (e deve) ser o empresá-rio que atua no setor, os empregados, os políticos, os moradores de um local. A responsabilidade com o desenvolvimento adequado da atividade turística é de todos os envolvidos, e não apenas de quem gere a cidade ou a empresa. Com essa alteração de palavras, é mais fácil mapear responsabilidades e autorizar diferentes agentes a tomar atitudes, uma vez que a grande razão de se estimular o desenvolvimento da atividade turística é a de atrair mais recursos econômicos para uma região e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Tomemos como exemplo os recentes acontecimentos na cidade de Barcelona, que, pouco antes do atentado em agosto de 2017, viveu diferentes manifestações com frases do tipo “tourists go home” ou “you cionou chamar de overtourism ou turismo excessivo. Turistas foram hostilizados, impedidos de acessar praias, os ônibus em que estavam foram impedidos de circular, diversos locais foram pintados muita oferta de acomodação via aluguel de imóveis not welcome”, evidenciando o incômodo de uma parcela da população local com os efeitos negativos resultantes da combinação de baixo preço, muita oferta de acomodação via aluguel de imóveis inteiros em zonas residenciais, salários baixos na hotelaria, barulho e sujeira nas ruas e pouca ação intervencionista do governo com vistas a mudar esse cenário. A Barcelona de 1992, idolatrada por muitos como modelo de planejamento e posicionamento turístico ruiu por total incapacidade de controlar seu crescimento. E o mesmo pode acontecer com Veneza e Amsterdam, em pouco tempo. Não se trata de pensar em uma única ação do governo, mas de uma sequência de ações integradas que demonstrem responsabilidade com o destino e seus moradores, a saber – controle de preços, projeção de demanda em função da oferta de assentos em voos, especialmente os low cost, acompanhamento e regulamentação do aluguel por temporada, estabelecimento de padrões mínimos de remuneração e emprego, estabelecimento de taxas voltadas à conservação e preservação de patrimônio, monitoramento do volume de pessoas e, fundamentalmente, da circulação de informações que permitam a compreensão dos impactos – positivos e negativos –, a fim de ajudar os indivíduos a formar sua opinião. O papel investigativo da imprensa, de um lado, e
provocador do debate, de outro, são fundamentais para que todos possamos compreender melhor o
quanto uma atividade tão múltipla como o turismo pode trazer para um destino.
Mariana Aldrigui é professora e pesquisadora na área de turismo da Universidade de São Paulo, especialista em Turismo Urbano e Políticas de Turismo.

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