
A vitima encontra-se hospitalizada a receber cuidados médicos.
O porta-voz da Polícia na cidade de Maputo, Orlando Mudumane, disse que a corporação tomou conhecimento da ocorrência.
"Até então desconhece-se o móbil deste crime. A Polícia lavrou a respetiva peça de expediente e, neste momento, as forças conjuntas da Polícia da República de Moçambique e do Serviço Nacional de Investigação criminal estão no terreno no sentido de esclarecer este caso”.
Condenação do ato
O Sindicato Nacional dos Jornalistas, o MISA-Moçambique e o Conselho Superior da Comunicação Social realizaram uma conferência de imprensa conjunta para condenar o ato. Consideraram que este ato visa intimidar a liberdade de expressão e exigiram a responsabilização dos seus autores.
Ericino de Salema era um dos comentadores residentes do programa semanal Pontos de Vista da televisão privada STV.
Para Tomás Vieira Mário, que faz parelha com Ericino de Salema no programa, mais do que condenar este ato intimidatório e cobarde o que mais preocupa é que "os perpetradores fazem-no em plena luz do dia, na via publica o que exprime a certeza de impunidade.”
Segundo Tomás Vieira Mário, que é igualmente Presidente do Conselho Superior da Comunicação Social não há nada que Salema tenha dito que possa justificar em caso algum que fosse vítima de rapto. “Não há nada que qualquer jornalista não dissesse e em liberdade” acrescentou.
Segundo caso em menos de dois anos
Este é o segundo caso em menos de dois anos de comentaristas do programa Pontos de Vista da STV que são raptados e molestados. O caso anterior teve como vitima o professor Jaime Macuiane, que depois de raptado por homens desconhecidos foi alvejado a tiro. Até ao momento, a polícia ainda não identificou os autores do crime.O moderador do programa, Jeremias Langa disse à margem da conferência de imprensa que o sequestro de Ericino Salema e a violência de que foi vitima representa um retrocesso porque as pessoas vão interpretar isso como uma forma de intimidação. "Se pudéssemos pensar que era uma situação ocasional do professor Macuiane isto vem confirmar que era uma coisa intencional, que alguém agiu no sentido de intimidar o jornalista”. Ainda segundo Jeremias Langa o facto destas situações nunca serem esclarecidas constitui uma agravante que se transforma em verdade.
Até prova em contrário vamos dizer que é pelo exercício do trabalho como comentador que ele foi vitima deste sequestro e da violência que sofreu- afirmou Jeremias Langa.
"O que é que as pessoas vão pensar? Vão pensar que este é um modus operandi do sistema aqui em Moçambique. As pessoas vão ter mais medo de falar, já sentíamos que essas manifestações de medo iriam agravar-se naturalmente e dificilmente vamos ter alguém a dar-lhes razão de que não é por esta razão porque estes casos nunca são esclarecidos”.
Ericino de Salema é um jornalista interessado na pesquisa social na perspetiva dos direitos humanos.
Leonel Matias (Maputo)cp
Nenhum comentário:
Postar um comentário