
Para ele, os britânicos jamais teriam aprovado o Brexit em 2016 sem a Cambridge Analytica. "Ela desempenhou um papel crucial, tenho certeza", disse o ex-diretor de pesquisa da Cambridge Analytica, em comentários publicados pelo jornal francês Libération, que entrevistou Wylie juntamente com outros periódicos, incluindo Le Monde, Die Welt, El Pais e La Repubblica.
Wylie acusa a campanha pelo Brexit de investir no referendo de 2016 muito mais em análise de dados e propaganda do que o permitido pela legislação britânica para campanhas políticas. Segundo ele, foram pagos cerca de 700 mil euros, de forma encoberta, à AggregateIQ, empresa canadense relacionada à Cambridge Analytica. Assim contornou-se o limite de gastos imposto pela lei do país. O denunciante acredita que sem a AggregateIQ (AIQ), a campanha pró-Brexit "não teria tido sucesso no referendo" que venceu por poucos pontos percentuais.
De acordo com o Le Monde, o ex-funcionário da Cambridge Analytica também acredita que é preciso "consertar o Facebook, não eliminá-lo", rejeitando campanhas para deixar a rede social. "Tornou-se impossível viver sem essas plataformas, mas devemos monitorá-las", defende Wylie.
Em depoimento nesta terça-feira no Parlamento britânico Christopher Wylie afirmou que a AggregateIQ criou um software, chamado Ripon, usado para identificar eleitores do Partido Republicano na campanha presidencial americana de 2016.
"Existe agora uma prova tangível no domínio público de que a AIQ realmente fez o Ripon, que é o software que utilizou os algoritmos dos dados do Facebook", disse aos deputados da comissão digital, de cultura, mídia e esporte do Parlamento britânico. Wylie foi quem deu partida ao escândalo sobre o papel do Facebook nas eleições que colocaram Donald Trump na Casa Branca.
MD/afp/rtr/cp
Nenhum comentário:
Postar um comentário