Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso

Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso
Cons. Benjamin Duarte Monteiro, Nº 01, Ed. Marechal Rondon

Prefeitura Municipal de Tangará da Serra

Prefeitura Municipal de Tangará da Serra
Avenida Brasil, 2351 - N, Jardim Europa, 78.300-901 (65) 3311-4800

Deputado Estadual Drº. Eugênio de Paiva (PSB-40)

Deputado Estadual Drº. Eugênio de Paiva (PSB-40)
Agora como deputado estadual, Eugênio tem sido a voz do Araguaia, representa o #VALEDOARAGUAIA! 100% ARAGUAIA!🏆

Governo de Mato Grosso

Governo de Mato Grosso
Palácio Paiaguás - Rua Des. Carlos Avalone, s/n - Centro Político Administrativo

Prefeitura de Rondonópolis

Prefeitura de Rondonópolis
Endereço: Avenida Duque de Caxias, 1000, Vila Aurora, 78740-022 Telefone: (66) 3411 - 3500 WhatsApp (Ouvidoria): (66) 9 8438 - 0857

segunda-feira, 9 de abril de 2018

"OPINIÃO: Saturnino Braga: a intervenção militar e o jogo do capital"

Saturnino BragaSinceramente, é melhor que aguardemos o desenrolar desses episódios e torçamos para que esta intervenção seja feliz e traga bons resultados.Não era difícil de prever a intervenção militar: completo desgoverno no Rio de Janeiro; críticas contundentes à injustiça social durante o Carnaval; incapacidade da polícia para combater a bandidagem numa guerra perdida; a sensação de caos que baixou sobre a população carioca, as pesquisas de opinião. É fácil constatar que a maioria do povo do Rio apoiou plenamente a medida, como algo necessário, que tinha que ser feito para pôr um freio no processo incontrolável de degradação da segurança pública. Se o Rio não era a cidade que apresentava os maiores índices de criminalidade, era, com certeza, a maior vitrine de violência do país. A população aprovou e logo, mas, obviamente, também houve quem manifestasse a preocupação de que poderia ser o primeiro ato (o da intervenção) que acabaria por envolver o país em mais uma ditadura. Militar e civil. Preocupação válida. Tenho para mim que convém parar por aqui e aguardar um pouco mais o desenrolar dos acontecimentos, antes de qualquer pronunciamento de caráter valorativo.
E considerar, ademais, que não devemos subestimar, de princípio, a eficiência e a honradez das nossas Forças Armadas, dentro do quadro de desmoralização geral do Brasil que, no meu velho juízo, tem uma ligação com o jogo bruto da política internacional.
Nossa nação tornou-se importante para os donos do mundo e do grande capital. E o que eles querem é que o país seja desmoralizado até que sejam destruídas todas suas instituições, inclusive as Forças Armadas, por exemplo, numa intervenção desastrosa na vitrine do Rio. A política internacional é resultado de um jogo muito bruto, onde valem a guerra, a mentira, a tecnologia a serviço do dinheiro, o golpe, a traição e tudo o mais.
Temos razões para dar crédito às Forças Armadas. Um exemplo foi a eficácia demonstrada pela instituição militar no comando da intervenção internacional no Haiti, realizada com o intuito de reduzir a violência e reorganizar o caos então instalado naquele país. Tive a oportunidade de verificar em 2004, em missão do Senado, os excelentes resultados da nossa presença armada. Constatei o prestígio dos brasileiros perante os haitianos, o carinho com que éramos tratados por aquele povo reconhecido.
Da mesma forma, na direção do Centro Celso Furtado, preocupado com o especialíssimo modelo de desenvolvimento da Amazônia, em duas grandes reuniões que fizemos recentemente na região, ficou claro, para nós, o destaque absoluto, em termos de trabalho, a presença das Forças Armadas, não apenas na questão fundamental da defesa, como também do desenvolvimento daquela gigantesca região e da assistência social à população que nela vive.
Por tudo isto, e por muitas outras razões, não devemos subestimar a capacidade dos nossos militares para pautar esta intervenção-vitrine no Rio pelo respeito aos direitos fundamentais; mesmo conhecendo os episódios anteriores em que não houve este respeito. Porque o jogo bruto internacional, que já desmoralizou todas as outras instituições brasileiras, pode estar querendo agora atingir o fundo do sentimento de nacionalidade.
E pode acontecer que a intervenção no Rio siga as exigências das regras do Estado de Direito e tenha as características de excelência como a do Haiti. Eu torço por isso. Nunca consegui aceitar a visão do quanto pior melhor. Pode acontecer que a confiança do povo nas Forças Armadas se eleve ainda mais, como resultado desta intervenção. E então? Vamos ficar contra o povo? Vamos tentar sabotar a intervenção e ajudar a desmoralizar as nossas Forças Armadas?
Ah, mas de repente pode surgir um general que seja candidato e seja eleito presidente da República pelo voto popular. Bem, é uma hipótese ainda longínqua; mas não somos democratas? Não acreditamos no voto universal e democrático? Um general não é um cidadão brasileiro? Não pode nos derrotar e exercer um governo democrático?
Sinceramente, é melhor que aguardemos o desenrolar desses episódios e torçamos para que esta intervenção seja feliz e traga bons resultados. Penso assim; gosto demais do Brasil e do seu povo. Como gosto do Rio e nunca, nem pelo melhor salário do mundo, vou querer morar em Miami.
Saturnino Braga é ex-senador, presidente do Centro Celso Furtado e do Instituto Casa Grande

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ame,cuide e respeite os idosos