
Logo em seguida, o Pontífice aponta “três grupos de pessoas” nas leituras de hoje: Jesus e seus discípulos; Paulo e a mulher, uma daquelas cujo destino – recorda Francisco – era “ser visitada em segredo”, inclusive pelos “fariseus”, ou inclusive “ser apedrejada”; e os doutores da Lei. Francisco destaca como a mulher se fazia ver “com amor, com tanto amor por Jesus”, sem esconder “ser uma pecadora”. O mesmo ocorre com Paulo, que diz: “Com efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados”.
Ambos, portanto, buscavam a Deus “com amor, mas com amor pela metade”. Paulo, porque – explica – pensava que o amor era uma lei e seu coração estava fechado à revelação de Jesus Cristo: ele perseguia os cristãos, mas pelo zelo da lei, por esse “amor imaturo”. E a mulher buscava o amor, o “pequeno amor”. Os fariseus, então, comentam, mas Jesus explica: “A ela foi perdoado tanto porque mostrou muito amor”. Mas como amar? Estes não sabem amar. Procuram o amor. E Jesus, falando destes, disse – certa vez disse – que entrarão antes de nós no Reino dos Céus. “Mas que escândalo... – os fariseus – “mas essas pessoas!”; Jesus olha para o pequeno gesto de amor, o pequeno gesto de boa vontade, pega esse gesto e o leva adiante. Esta é a misericórdia de Jesus: ele sempre perdoa, ele sempre recebe”.
O Pontífice argentino exortou a não esquecer que Jesus perdoa, recebe, usa de misericórdia, uma “palavra tantas vezes esquecida quando fofocamos sobre os outros”. O convite é então “ser misericordiosos, como Jesus, e não condenar os outros”. “Jesus no centro”. De fato, Cristo perdoa tanto a Paulo, “um pecador, um perseguidor, mas com um amor pela metade”, assim como a mulher, “uma pecadora, também ela com um amor incompleto”. Somente assim podem encontrar o “amor verdadeiro”, que é Jesus, ao passo que os hipócritas “são incapazes de encontrar o amor, porque estão com o coração fechado”.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican Insider e Caminho Político. A tradução é de André Langer.
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