
Até aqui, o bolsonarismo foi quem melhor surfou a onda da desinformação. A tropa do candidato profissionalizou a difusão de vídeos falsos, como o que provaria uma fraude nas urnas eletrônicas. A Justiça já tirou parte do conteúdo do ar, mas o esforço tem sido igual ao de enxugar gelo.
Ontem uma reportagem da Folha de S.Paulo afirmou que um grupo de empresas financia a artilharia virtual contra o PT. O esquema usaria dinheiro de caixa dois para disparar milhões de mensagens pelo zap. Um dos acusados, o empresário Luciano Hang, já foi multado por outra prática ilegal: pagar ao Facebook para impulsionar postagens favoráveis ao capitão. Ao ser questionado sobre a nova denúncia, ele disse que não sabe “o que é isso”.
Bolsonaro também tentou se eximir de responsabilidade. “Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso”, disse o candidato que lidera as pesquisas. A frase lembra sua reação quando a imprensa começou a noticiar atos de violência praticados por seus apoiadores. “O cara lá que tem uma camisa minha comete lá um excesso. O que eu tenho a ver com isso?”, perguntou o capitão.
Bernardo Mello Franco é colunista de O Globo.
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