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domingo, 21 de outubro de 2018

"As fake news e o efeito avassalador do WhatsApp nas eleições presidenciais"

O conteúdo dessas fakes sugere a existência de uma estratégia de comunicação muito bem planejada,O poder das redes sociais de interferir de modo desvirtuado no processo eleitoral, começa, finalmente, a ser objeto da atenção que merece no Brasil. O potencial efeito das fake news sobre o eleitor não era ignorado. Mas só nos últimos dias ganhou a dimensão merecida de preocupação entre autoridades, formadores de opinião e políticos. É o que se vê na recente multiplicação de reportagens, opiniões e alertas sobre o problema nos veículos e canais da mídia profissional.O Fantástico já tinha “cantado a pedra” em fevereiro. Ao exibir reportagem sobre o fenômeno das fake news, o programa da TV Globo alertou para o risco de elas influenciarem as eleições no Brasil.
Naquele momento, os americanos travavam um debate sobre o efeito de notícias falsas na eleição de Donald Trump. Depois disso, estourou o escândalo da Cambridge Analytica, empresa acusada de coletar indevidamente dados de usuários do Facebook para direcionar nas redes sociais mensagens contra Hillary Clinton, candidata adversária, e favorecer Trump.
A leitura dos jornais, dos sites das agências de checagem e de outros canais do jornalismo profissional nos últimos dias não deixa dúvida. O eleitor brasileiro também é alvo de tentativa de manipulação, pois vem sendo bombardeado por mentiras e/ou informações distorcidas via redes sociais. As notícias fraudulentas têm se espalhado principalmente via WhatsApp, a despeito da campanha publicitária que a empresa, controlada pelo Facebook, vem fazendo há mais de dois meses para tentar conter esta onda.A velocidade de surgimento e de disseminação das fakes já indicava uso de robôs (programas de computador) e, portanto, existência de um esquema muito profissional e caro por trás dessas postagens. Na quinta-feira, 18 de outubro, a Folha de São Paulo noticiou, em reportagem de capa, que empresários estariam comprando pacotes de disparo de mensagens em massa contra o PT e seu candidato à presidência da República, Fernando Haddad. A denúncia levou advogados do partido a pedir providências da Justiça Eleitoral.
Pioneira no nicho de checagem de notícias compartilhadas em grande escala nas redes sociais no Brasil, a Agência Lupa classificou de “colossal” o volume de notícias falsas que circularam só no Facebook nas sete semanas de campanha eleitoral do primeiro turno. Conforme a agência, as 10 notícias falsas mais populares flagradas por seus checadores tiveram juntas mais de 865 mil compartilhamentos no período.
Esse volume “é duas vezes superior ao número de compartilhamentos registrado pelo polêmico post que o Ceticismo Político fez sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) após a sua morte – e que acabou sendo retirado do ar pelo Facebook quando tinha 360 mil shares [compartilhamento]”, escreveu a Lupa em texto publicado dia 7 de outubro.A pedido de duas universidades (USP e UFMG), a Lupa também analisou 50 imagens que circularam em grupos públicos de discussão política no WhatsApp entre 16 de agosto e 7 de outubro. Só quatro delas (8%) eram integral e comprovadamente verdadeiras.
O resultado de checagens feitas nas últimas semanas por várias outras agências especializadas, muitas a partir de sugestão de usuários do aplicativo, também são indicador de que mentiras sobre partidos, candidatos e outros políticos correm soltas no Whats. Basta dar uma olhada nos desmentidos publicados por “Fato ou Fake”, “Aos Fatos” e “Boatos.org”, por exemplo.
Diante do inegável problema, o Estadão escreveu: “WhatsApp foi o grande eleitor no domingo, diz analista”. O uso do aplicativo para disseminar notícias fraudulentas na campanha eleitoral no Brasil também chamou atenção da mídia internacional: “WhatsApp, um fator de distorção que espalha mentiras e atordoa até o TSE”, noticiou o jornal espanhol El País. A Folha de S.Paulo informou que o próprio Tribunal Superior Eleitoral reconheceu ter falhado no combate às fake news, embora o órgão tenha criado uma comissão com esse objetivo.
Há notícias falsas contra e a favor de ambos os lados da disputa eleitoral. Mas é perceptível, pelos resultados das checagens feitas pelas agências especializadas, que a maior parte das notícias fraudulentas flagradas busca beneficiar Jair Bolsonaro, o polêmico candidato do PSL à presidência da República. Tenha ele autorizado ou não, predominam as fakes news a favor dele e, principalmente, contra o PT e Haddad.
O conteúdo dessas fakes sugere a existência de uma estratégia de comunicação muito bem planejada, baseada em pesquisa com os eleitores. Usam-se mentiras e mensagens direcionadas para exacerbar fenômenos e sentimentos verdadeiros, como o desencanto de parte do eleitorado com o PT e o conservadorismo de costumes de parte da população, que, por exemplo, resiste em ver com naturalidade a comunidade LGBTI.
Também chamam atenção as fake news contra a mídia profissional e seus jornalistas, numa clara estratégia para desacreditá-los. Desacreditando-os, tenta-se dar mais poder ao WhatsApp como canal de disseminação impune de mentiras para influenciar o eleitor.
Houve, ainda, muita notícia falsa para colocar em dúvida a segurança do processo eletrônico de votação. Bolsonaro, por diversas vezes, também levantou suspeita sobre as urnas eletrônicas e usou esse suposto risco de fraude eleitoral como justificativa para dizer que não aceitaria outro resultado que não a sua própria vitória.
A verdadeira fraude eleitoral, no entanto, pode estar em curso há muito tempo e ser a que antecede a ida do eleitor à urna, levando-o a fazer escolhas com base em informações falsas.
Patrícia Marins - Sócia do Grupo In Press, é especialista em posicionamento de gestores públicos e privados. Recebeu vários prêmios na área de Comunicação Institucional. Tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV e especialização em Comunicação no Serviço Público pela Universidade George Washington (Washington DC).
Miriam Moura - Diretora de Consultoria e Treinamentos da Oficina da Palavra, é jornalista, com larga experiência na cobertura política em Brasília. Trabalhou nos jornais O Globo e Estado de S. Paulo, como repórter especial e em funções de chefia. Foi assessora de comunicação no Supremo Tribunal de Justiça e no Conselho Nacional de Justiça, entre outras organizações. De 2011 e 2012 desenvolveu projetos de comunicação em Londres.

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