Ao invés de esclarecer os fatos, de apresentar as razões para que os R$ 700 mil fossem repassados ao marqueteiro sem a devida comunicação à Justiça Eleitoral, Selma parece ter escolhido o caminho do confronto, de acusar seus acusadores. Ataca o mensageiro, crente que será capaz de, com isso, desqualificar ou minimizar a mensagem. A resposta a esta estratégia, em cada esquina da cidade, foi justamente o contrário. Quando se fala de política, e em Mato Grosso se fala muito em política, a conduta da magistrada que se gaba de ter prendido diversos políticos em Mato Grosso, como se isso não fosse nada além de sua obrigação, é colocada em xeque.
Foi-se o tempo em que a juíza aposentada podia optar pelo silêncio. Quando estava no Poder Judiciário, poderia limitar suas manifestações aos despachos proferidos, embora, talvez já com a intenção de ingressar na política, nunca tenha recusado qualquer oportunidade de estar em evidência nos meios de comunicação. Hoje, os tempos são outros, Selma não mais é juíza e, mais do que isso, decidiu por sua conta e risco ingressar na vida pública, sujeita a críticas, observações e a fiscalização por parte de um eleitor cada vez mais vigilante.
A sociedade, que clama cada vez mais por transparência, eficiência e honestidade, cobra de seus representados, que serão escolhidos no próximo domingo, uma conduta ilibada. Não há espaço para que se tolere qualquer sombra de dúvida. Neste sentido, Selma tem o dever de vir a público imediatamente e esclarecer o nebuloso caso em que está metida. Tenho a absoluta certeza que seus eleitores merecem uma explicação convincente e verdadeira para confrontar os indícios que apontam que a juíza aposentada é, na verdade, tudo aquilo que disse combater. Fala, Selma!
Ussiel Tavares é ex-presidente da OAB/MT
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