
Entre os nomes escolhidos por Moro – que atuou no âmbito da operação até o início de novembro – está o atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, que será o novo diretor-geral de toda a corporação.
Há mais de 20 anos na PF, Valeixo coordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril e foi um dos responsáveis pela negociação da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, que ocorreu à revelia do Ministério Público e que teve sua divulgação autorizada por Moro durante a campanha eleitoral.
Na segunda-feira, Moro já havia anunciado a nomeação de Rosalvo Franco Ferreira, antecessor de Valeixo na chefia da Polícia Federal no Paraná, e da delegada Erika Mialik Marena para compor sua equipe de transição no ministério. Ferreira comandou a PF no Paraná entre 2013 e o fim do ano passado, e nesse período esteve à frente da corporação em momentos cruciais da Lava Jato.
Já Marena foi a responsável por batizar a própria operação Lava Jato. Além de participar da equipe de transição, Marena também já foi escolhida para chefiar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério, um órgão estratégico de cooperação com outros países, especialmente em casos que apuram lavagem de dinheiro.
No ano passado, a atuação de Marena à frente da Operação Ouvidos Moucos foi alvo de questionamentos e críticas. A operação foi marcada pela prisão do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Cancellier, que se suicidou pouco depois. Críticos apontaram que a operação cometeu abusos, mas uma sindicância da PF eximiu Marena. Atualmente, ela comanda a superintendência da PF no Sergipe.
Após a nomeação de Marena, Moro chegou a abordar o episódio envolvendo o reitor. "O que aconteceu em Florianópolis foi um infortúnio e um imprevisto no âmbito de uma investigação, a delegada não tem responsabilidade quanto a isso", disse.
Um terceiro indicado de Moro para a equipe de transição é Fabiano Bordignon, que chefia a PF em Foz do Iguaçu. Ele também é cotado para assumir o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No Paraná, Bordignon também foi diretor por cerca de dois anos da penitenciária federal de Catanduvas.
Jean-Philip Struck/Caminho Político
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