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domingo, 25 de novembro de 2018

"Opinião: “O Disco de Newton”, por Heródoto Barbeiro"

Resultado de imagem para Heródoto BarbeiroO avião tentava pousar no meio das montanhas. Ora parecia que uma das asas ia tocar o solo e tudo ia virar uma porção de destroços. Finalmente, para alívio geral, as rodas encontraram o solo de Paro, a capital do pequeno reino do Butão, no meio da Ásia. País de tradição budista, com belíssimos mosteiros antigos, com mais da metade do território preservado, e um povo pacífico cujo esporte nacional é o torneio de arco e flecha. O pequeno Butão é o patrocinador de uma proposta na ONU para que a medição conhecida como PIB – Produto Interno Bruto seja trocada por outra. Ele propõe o FIB – Felicidade Interna Bruta, ou seja, que o bem estar, a tranquilidade, o entendimento, a aproximação entre pessoas de religiões e culturas diferentes também sejam avaliados. A princípio me pareceu uma maluquice, mas depois, conversando com membros do governo local, soube que a proposta conta com o apoio de mais de uma centena de países, e um estudo teórico sobre a metodologia para averiguação de desempenho desenvolvida na Universidade de Columbia.
O convite do governo do Butão era para uma reunião na ONU e o tema a viabilidade do FIB. A plateia comportava uma verdadeira multidão em um dos salões inferiores do prédio em Nova York. Presentes o primeiro ministro do Butão, envergando o tradicional quimono, e uma plêiade de gente comprometida com a maior distribuição da riqueza no mundo e a defesa do meio ambiente. Eu imaginava uma plateia de doutos scholars com suas gravatas, laptops e cabelos bem penteados. Ledo engano. No mar de assistentes uma profusão de pessoas vestidas com os seus trajes nacionais. E, para minha surpresa, muitos religiosos. Sentei-me ao lado de um rabino de meia idade, de Nova York, que me fez uma série de perguntas sobre o Brasil. Tentei contar quantos outros religiosos lá estavam: islâmicos, católicos, evangélicos, hinduístas, budistas, zoroastristas, africanos de várias origens... Perdi a conta. Pelo menos um terço da audiência era formada por líderes religiosos, muitos não consegui identificar a que religião pertenciam.
Os discursos dos líderes políticos começaram e cada um dava a sua versão do que entendiam ser a felicidade e como deveria ser medida e avaliada em todos os países. Depois de pelo menos duas horas, o mediador anunciou que cada religião representada no plenário, teria três minutos para falar. Houve uma inversão de discurso. Todos falaram a mesma língua, ressaltaram o respeito pela diversidade, o princípio da não violência, da tolerância, da ajuda mútua, da compaixão e do amor. Só depois de ouvir a todos é que compreendi a importância da presença dos líderes religiosos no evento. Os discursos inter-religiosos deixavam claro que ao invés de afastar pessoas, comunidades, povos e nações eles aproximavam. Lembrou-me a Roda de Newton, que é formada por várias cores, mas quando girada é possível ver uma única cor.
Esta experiência vivida por mim mostrou-me quanta importância tem o diálogo inter-religioso e as imensas contribuições que podem dar à humanidade, mesmo em um campo aparentemente áspero e materialista como a economia. A reprodução desses encontros em níveis mundial ou local precisa ser incentivada e cabe às lideranças religiosas provocarem. Certamente caminharemos com mais tranquilidade em busca da paz. O livro Diálogo Religioso, da Paulus, é mais um passo inspirador graças à coordenação do Cônego José Bizon e do Rabino Michel Schlesinger, e idealizado por Afonso Moreira Júnior.
Heródoto Barbeiro – jornalista, educado na tradição budista da escola Soto Zen.

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