Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso

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Prefeitura Municipal de Tangará da Serra

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Deputado Estadual Drº. Eugênio de Paiva (PSB-40)

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Governo de Mato Grosso

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sábado, 8 de dezembro de 2018

"Tempos de ética e de caráter"

Certa vez, um senhor já de idade, procurou nosso escritório, sabe-se lá Deus por qual indicação, e meu pai foi atendê-lo. Já descrente, sem achar qualquer saída para aquele seu problema, o senhor estava aflito e triste, ao mesmo tempo. Meu pai tentou acalmá-lo e o questionou o porquê daquela angústia e sofrimento. Ele respondeu, em sua simplicidade: - “Dotô” eu tenho um processo “correndo” na justiça já faz anos e nada de sair o dinheiro. Minha advogada diz que processo é sempre lento mesmo e que eu teria que ter paciência. Mas hoje eu fui lá na Justiça do Trabalho e me disseram que minha advogada já pegou todo o meu dinheiro que eu ganhei na justiça “tem quase ano”! - O senhor tem o número do processo aí? - Tenho sim “senhô”.Tome! Ao ver quem eram as partes e advogados do processo, meu pai tomou uma decisão no mínimo inusitada.
Pegou uma caneta e um pedaço de papel e escreveu: “Doutora, eu sei que a senhora pode resolver esse caso com certa tranquilidade e rapidez. Saudações, Valfran”. Dobrou o papel e o entregou ao senhor dizendo a ele: “vá ao escritório de sua advogada e entregue esse bilhete pra ela. Se ela não resolver, o senhor volte aqui”.
Ao ler o que estava escrito, aquele senhor ficou incrédulo. Não era a atitude que ele esperava. Mesmo assim, ele saiu pela porta, com andar triste e desesperançoso dizendo que assim o faria.
No dia seguinte, o senhor retornou ao escritório já com um novo semblante. Alegre e sorridente, ele esperava pelo meu pai já na recepção e, assim que ele chegou, já foi logo abraçado e com lágrimas nos olhos disse:
- Dotô, eu não sei o que o senhô fez, mas na hora que eu mostrei o bilhete pra minha advogada, ela me deu o dinheiro tudinho, sem falar nada! Eu nem sei se o valor é esse mesmo, mas pra mim já tá “bão”. Eu vim aqui mesmo só pra agradecer ao senhô. Muito obrigado! Que Deus abençoe o senhô e toda a sua família!”
Meu pai o agradeceu gentilmente, entrou para a sua sala de trabalho com a certeza de ter resolvido aquele problema da melhor maneira possível e continuou a trabalhar, como sempre fez.
O dramaturgo, escritor e poeta irlandês Oscar Wilde certa vez disse: “chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter”.
Tive orgulho do meu pai por aquela atitude. Ele não só foi ético como teve caráter, na lição de Oscar Wilde. Com uma caneta e um papel ele resolveu um problema de um senhor de idade que só ele, aquele senhor, saberia da dimensão.
O caro leitor, colega advogado, deve estar se perguntando o porquê que contei essa história. Explico.
Estamos num momento único da advocacia trabalhista de Mato Grosso, especialmente no que diz respeito ao associativismo. No próximo dia 12 de dezembro ocorrerá a eleição para a escolha da nova gestão que irá dirigir a AATRAMAT (Associação dos Advogados Trabalhistas de Mato Grosso) pelos próximos anos e eu faço parte da Chapa 01, liderada por Karlla Patrícia (candidata à Presidente) e Éder Pires (candidato à Vice-Presidente). Será a primeira eleição na história da Associação que sempre conseguiu agrupar pessoas com objetivos em comum, dispensando assim, a necessidade de enfretamento nas urnas. Mas tudo isso faz parte da democracia e, por isso, é um momento especial.
Estou ao lado de outras 21 pessoas éticas e de caráter, porque todos são advogados trabalhistas em sua essência, diariamente percorrendo os corredores e andares do prédio da Justiça do Trabalho, analisando processos, realizando audiências, fazendo levantamento de alvarás, dentre tantas outras atividades. Pessoas valorosas que, vencendo a eleição, doarão seu tempo para a busca de melhorias e soluções para a classe, defendendo seus interesses e suas prerrogativas.
E não se pode liderar um grupo de pessoas sem esses dois requisitos básicos: ética e caráter.
Karlla Patrícia é uma expoente da advocacia trabalhista mato-grossense atuando preponderantemente para empregados, trabalhadores. Filha do também exemplo Guaracy de Souza, Karlla tem por vocação a ética, o diálogo, a paciência, a cordialidade e o respeito pelo colega advogado. Com um currículo invejável e de extrema competência, Karlla foi alçada à advocacia trabalhista nacional ao fazer parte de importantes gestões na ABRAT (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas). Na atual gestão, eleita recentemente, Karlla irá dirigir a importantíssima Escola Judicial.
Éder Pires é daquelas pessoas que irradiam uma energia tão boa que é impossível não se sentir bem ao lado dele. Atuante na advocacia trabalhista empresarial, Éder já é figura carimbada nos corredores e andares da Justiça do Trabalho, em Cuiabá e no interior, tendo ganho o respeito e admiração de Juízes e Desembargadores, por seu histórico de postura correta, ética e de caráter.
Por outro lado, existe a legitimidade de outros advogados que querem construir um outro tipo de gestão à frente da AATRAMAT. É natural e, como dito, legítimo. Mas basta uma simples comparação de nomes entre ambas as chapas para se chegar à fácil conclusão do preparo, das melhores propostas, da melhor inserção perante a advocacia trabalhista, do currículo. Mas acima de tudo, da ética e do caráter que são colunas basilares de toda e qualquer administração, e que permeiam a Chapa 01.
Não se sabem quais os motivos, mas os colegas que concorrem pela chapa adversária são, quase que em sua metade, advogados que já compõem a atual e futura gestão na OAB/MT, sejam como conselheiros sejam como membros de comissões temáticas.
A Comissão de Direito do Trabalho, por exemplo, tem como seu atual Presidente o candidato a vice da chapa adversária. Membros da Comissão do Direito do Trabalho estão registrados na chapa adversária. Oras, se nada ou pouco fizeram na Comissão de Direito de Trabalho da OAB/MT, porque fariam agora, na hipótese de eleitos?
Não se deve confundir associativismo com corporativismo. Me causa, particularmente, surpresa a pretensão da OAB/MT em pleitear a ocupação de cargos da AATRAMAT se sua própria estrutura já possui uma comissão com este fim. E mais: me causa mais surpresa ainda quando o atual e um ex-presidente da instituição manifestam e participam ativa e publicamente de eventos de apoio àquela candidatura.
Definitivamente os tempos mudaram, assim como os interesses. Enquanto uns procuram lutar pela e para a classe de advogados trabalhistas, outros procuram única e simplesmente status em ser representante da AATRAMAT e ter representatividade na ABRAT.
Quando presa em flagrante, em meados de 2009, por pichar o escritório do seu então desafeto político, a Polícia Civil chegou a afirmar que uma colega, que faz parte da chapa adversária, possui graves desvios de comportamento. Pelo conjunto da obra, tal fato se confirmou durante a sua permanência naquela instituição (ABRAT) e até mesmo na atual gestão da AATRAMAT, onde, por exemplo, participava de eventos sem efetuar sequer a devida inscrição, e muito menos efetuava pagamentos de outros organizados pela associação, demonstrando uma soberba e apego ao poder de uma maneira torpe e mesquinha.
O “desvio de comportamento” também pôde ser demonstrado no final da gestão da Dra. Silvia Burmeinster, quando da realização do CONAT – Congresso Nacional dos Advogados Trabalhistas, em Gramado (RS). Naquela oportunidade, impedida de advogar por exercer função dentro do Governo do Estado, provocou um pandemônio ao descobrir que não tinha sido a escolhida, pelos diretores recém-eleitos da ABRAT, para representar Mato Grosso naquela instituição. Gritos, xingamentos, ofensas pessoais e todos os instrumentos que costuma utilizar quando é confrontada, foram “colocados à mesa” naquela oportunidade. Para evitar maiores embaraços ou eventuais vexames, acabou sendo realocada numa comissão, que sequer existia à época, apenas para figurar como uma “representante da advocacia trabalhista na ABRAT”. Afinal, a real e legítima representante de Mato Grosso na ABRAT, escolhida pelos diretores então recém-eleitos, foi nada mais nada menos do que Karlla Patrícia.
A propósito, a mesma colega está, novamente, se candidatando ao mesmo cargo, pela terceira vez consecutiva, sem nada ter feito em prol da advocacia trabalhista mato-grossense. E isso não é segredo para ninguém. Silvia Burmeinster e Roberto Parahyba, ex-presidentes da ABRAT podem, tranquilamente, confirmar essa afirmação a quem quiser questioná-los.
A colega chegou, pasmem, a ser expulsa pelo então presidente da ABRAT, Roberto Parahyba, na última gestão da Diretoria de Assuntos Doutrinários da entidade, por enviar um áudio no qual adotou palavras de baixo calão, ofendeu diretores da entidade bem como acabou por denegrir advogados sérios, renomados a nível nacional e que possuem compromisso com a ética e caráter, duas características que, definitivamente, não podemos sequer emprestá-la diante de seu histórico profissional e pessoal.
Todos os fatos aqui narrados estão devidamente gravados em áudio e podem ser facilmente comprovados pelos próprios partícipes das histórias.
Na antiguidade, a escolha da profissão do patriarca marcava a vida profissional dos filhos, em especial do primogênito, que era praticamente obrigado a continuar com a função do pai. O maior exemplo é a Sagrada Família. Segundo a Bíblia, São José, pai de Jesus na Terra, era carpinteiro e passou os ensinamentos da profissão ao filho.
Pelo visto, Karlla, eu, Ludmilla Bouret e Daniel Teixeira, filho do guerreiro e combatente Dr. Zoroasto Teixeira, apenas para citar alguns poucos exemplos, estamos seguindo à risca não só o ensinamento bíblico, mas também mantendo inabalável as estruturas da ética e do caráter construída por nossos pais.
Nosso caráter é o resultado da nossa conduta (Aristóteles) e como membro da Chapa 01, sendo filho de quem sou, tenho a obrigação em me espelhar na figura icônica do meu pai, assim como Ludmilla e os demais certamente o fazem.
Diante de toda essa reflexão, venho humildemente em nome da Chapa 01, pedir o voto dos associados da AATRAMAT para o próximo dia 12/12, para que consigamos elevar o sarrafo de ética e caráter para dentro de nossa entidade, implementar as propostas já expostas à toda advocacia trabalhista, convocar colegas ao associativismo e limpar qualquer resquício de soberba, vaidade e manipulação de dentro da nossa Associação.
Ah, e se alguém se interessar pelo paradeiro do senhor de idade, do início desta reflexão, basta perguntar para aquela candidata da chapa adversária, a que foi presa em 2009 e expulsa da ABRAT no ano passado. Afinal, aquele bilhete era e continua sendo verdadeiro.
Marco Aurélio Valle Barbosa dos Anjos é advogado, sócio do escritório Valfran dos Anjos Advogados Associados, especialista em Direito e Processo do Trabalho e em Gestão de Esporte e Direito Desportivo. Diretor da Associação dos Advogados Trabalhistas de Mato Grosso (AATRAMAT), membro do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD), procurador Geral do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Mato-grossense de Futebol e membro da Comissão de Direito Desportivo da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (ABRAT).

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